A Garganta da Serpente
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Amor e sexo

(Marcial Salaverry)

Um certo "alguém", achou estranho o fato de eu não falar sobre sexo. Bem... discordo um pouco. Posso não falar explicitamente sobre sexo (falar explicitamente sobre sexo, não é a mesma coisa do fazer sexo explícito). Mas falo sobre amor, e sexo está implícito, embora não esteja explícito.

Expliquei? Então não impliquem...

Genericamente, sexo é a parte do corpo humano que indica se o nenê é "O" ou "A".

Depois, com o passar do tempo é que vão se descobrindo as diferenças. E também para que serve. E a coisa começa a ficar interessante...

Existe uma grande diferença de conceitos. A primeira das quais é aquela que mais está em voga. Quando alguém vai praticar o saudável esporte do coito, diz que "vai fazer amor".

Ora, aí já existe uma tremenda incoerência. Pois ao praticar o sexo não se "faz amor". Pode-se fazer crianças, se não forem tomados os devidos cuidados. O amor pode levar a fazer ou a praticar o ato sexual, mas não é feito por ele.

O amor surge dentro das pessoas, nasce muitas vezes sem ser chamado. Da mesma maneira que os entregadores de gás tocam a campainha sem terem sido chamados, ele muitas vezes vem e se instala, sem dizer o porque. E pode levar as pessoas a praticar sexo.

Mas... nem sempre é o amor o responsável pelo sexo. Tanto pode-se amar sem fazê-lo, como se pode (e com muito mais freqüência), fazê-lo sem amor.

Senão vejamos. Duas pessoas se conhecem (atualmente já se explica assim... pois a prática do sexo já não exige mais que os participantes sejam de sexos diferentes). Sentem-se atraídas. Sentem desejo uma pela outra. Isso não quer dizer que se amem.

Desejam-se. O desejo é uma atração carnal, material, enquanto o amor é etéreo.

Resolvem satisfazer seus desejos e o fazem através do ato sexual.

Daí pode surgir uma paixão. Isso se o entendimento sexual foi muito bom. O chamado "Sexo Gostoso", responsável muitas vezes por aumento populacional.

Muitas vezes o desejo era apenas uma curiosidade de conhecer como seria o sexo com "aquela" pessoa. Satisfeita a curiosidade, um abraço.

O sexo, basicamente é uma necessidade física que a maioria das pessoas tem.

Tanto é que, em casos de carência, apela-se para os "profissionais do sexo" que sempre estão de plantão.

Muitas vezes, é uma simples explosão de momento. Por um motivo qualquer sentiram-se atraídos e resolveram partir para a aventura, embora sem qualquer perspectiva futura. Apenas para satisfazer um desejo ou mesmo suprir uma necessidade. Não existe razão que explique isso. O porque de sentir esse desejo de transar com determinada pessoa, não tem muita explicação, e nem é o caso de buscá-la. O desejo veio, e deve ser satisfeito, embora não exista amor. Existe desejo. E esse é o requisito necessário para o sexo. Sem desejo, fica algo mecânico, sem graça. Havendo o desejo ele é extremamente prazeroso. Claro fica mais ainda quando há o amor.

O amor pode ser uma conseqüência de um sexo gostoso. Ambos, entendendo-se na cama, PODEM vir a se amar. Não é uma garantia. Nem sempre um sexo apaixonado e sensacional indica que se amem. Indicam que se desejam. E este pode terminar um dia.

O que faz o sexo, perdurar é o amor e não a paixão.

O amor vem com a convivência. O amor resiste ao tempo. O amor resiste às distâncias.

O amor resiste às intempéries da vida. O amor resiste até à falta de sexo.

Enquanto que o desejo, a paixão, só resistem até serem satisfeitos, até matar a curiosidade de como será o sexo com essa pessoa.

Claro que isto tudo representa apenas um ponto de vista que me foi cobrado.

É uma questão muito complexa, que requer uma análise sempre muito bem feita da personalidade individual. Cada pessoa encara isso de uma maneira diferente. Portanto, não existe verdade absoluta a esse respeito.

Onde muita gente concorda, é que sexo é bom, que amor é ótimo. Separados vivem e existem. Juntá-los é o sonho de todos.

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