A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Mulheres em busca da felicidade

(Marcial Salaverry)

Até algum tempo atrás, as mulheres sofriam uma castração violenta. Não tinham direito de escolher seu caminho. Estavam como que submetidas ao jugo masculino. Deviam uma cega obediência, quando jovens, a seus pais, quando casadas, a seus maridos. Não eram donas de escolher seus destinos. Os seus "donos" escolhiam por elas. Pouquíssimas profissões estavam abertas às mulheres. Professoras, enfermeiras, donas de casa, eventualmente operárias. Nada além disso. Foram séculos de submissão total e completa.

Mulheres que tentavam alguma coisa, eram discriminadas, perseguidas, e até queimadas vivas.

Com a evolução do tempo, as coisas foram mudando lentamente. Irritadas com a lentidão dessa evolução, foram à luta e conseguiram alguma melhoria. E foram galgando certas posições eminentemente tidas como masculinas, num notável progresso, se formos considerar o que ocorria até a metade do século passado. Até o fim dos anos 60, meados dos anos 70, quando a chamada "Revolução Feminina" conseguiu grandes vitórias.

Atualmente pode-se notar que as mulheres estão acordando, e já saíram completamente da letargia, e foram à luta, e conseguiram chegar bem perto da famosa igualdade de direitos e deveres, tão reivindicada nos anos 60 e 70.

Em reportagem ao jornal A Tribuna, de Santos, a psicóloga Claudia Cavalcanti, mostrou-nos um retrato muito interessante do que vem a ser essa busca da felicidade.

Vou destacar alguns trechos dessa inteligente entrevista, comentando algo sobre suas palavras: "Descobrimos que podemos nos expressar, dar opiniões, que podemos querer".

Sem dúvida alguma, as mulheres estão participando muito ativamente em todos os campos de atividade, sendo excelentes profissionais liberais, executivas, políticas, enfim em todos os segmentos nota-se a presença feminina cada vez mais atuante. Sempre com inteira liberdade para escolher seu campo de ação.

"Muitas mulheres se dizem insatisfeitas nos seus relacionamentos e ficam presas a um casamento porque dizem só depender do marido para se manter."

Essa era a situação geral das mulheres antigamente. Hoje, contudo, só pode atribuir-se a um acomodamento de situação. O não querer ir à luta, por ser conveniente permanecer sob o jugo do marido castrador. É preciso "sacudir a poeira", vencer os preconceitos, e acabar com essa situação. Penso que o ideal é procurar-se um diálogo para definir posições, para fazer valer sua opinião. Claro está que para haver um diálogo o marido tem que participar e é importante que isso ocorra, para o bem do relacionamento.

"As mulheres só tiveram ganhos com a emancipação. Não devemos nos arrepender das coisas que fizemos, só das que não foram feitas." "O homem também agradece à mulher que trabalha fora e o ajuda. É um ganho também para o masculino."

Sem dúvida que tiveram ganhos. Basta citar a descoberta de suas reais possibilidades, de sua real capacidade. Basta observar que as mulheres descobriram que podem viver sozinhas, que conseguem se manter sem precisar estar subjugada a situações que seu interior não aceitava. E o homem inteligente tem mesmo que agradecer essa nova situação, não apenas pela ajuda que o trabalho feminino representa para o orçamento, mas também por ter descoberto que é muito melhor ter uma companheira andando a seu lado, do que aquela antiga escrava doméstica correndo atrás e abanando o rabinho...

"Antes a mulher nem se olhava. A emancipação só é verdadeira, se vier de dentro para fora". "Se a mulher se olha no espelho, e vê penosamente a vida, porque tem que arregaçar as mangas e fazer por ela, nada valeu a pena. Nada pode ser por obrigação."

Claro. A pessoa, seja mulher ou homem, tem que se olhar no espelho, e gostar daquilo que vê.

Tem que saber enxergar a luz interior brilhando, e indicando o caminho. Caso contrário, é melhor voltar para a cama e esperar a morte chegar. É importante encarar tudo com disposição e vontade. Tem que vir de dentro para fora.

Essa mulher moderna tem que saber se valorizar, e tem que dar o devido valor às suas conquistas, não podendo se acomodar a situações.

Como bem frisou nossa querida Claudia Cavalcanti em sua entrevista, do que essa nova mulher não abre mão, e do que mais vem sentindo falta, é do famoso "amante à moda antiga", que abre as portas, dá precedência, cede lugar e, principalmente, que ainda manda, ou melhor, que leva em mãos flores para sua amada.

Em suma, apesar de tudo, o romantismo ainda é o grande sonho de todas mulheres.

Amigos... vamos atendê-las? Com uma rosa nas mãos, vamos desejar UM LINDO DIA.

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente