Venho notando algo com um gosto rançoso de passado, ou seja, o famoso
"Voto de Cabresto", com que os "coronéis" do passado,
manipulavam eleitores e eleições, conduzindo tudo a seu bel prazer.
Se agora não são os "velhos coronéis" que dirigem
a sinfonia dos "encabrestados", são os conchavos politiqueiros
que o fazem.
Esse é um dos problemas maléficos da eleição em
dois turnos, pois os candidatos, tanto os finalistas, como os derrotados, se
prestam a acordos espúrios, visando, de um lado, um apoio eleitoreiro,
e do outro, auferir vantagens, garantindo cargos e "benesses" para
os apaniguados.
Tais acordos unem e reúnem sob a mesma bandeira, inimigos cruciais, que
ontem se insultavam, e agora trocam beijinhos, sem que haja o mínimo
respeito pelos seus eleitores, que, se por um lado ficam perplexos com tais
acordos, acabam se prestando aos objetivos espúrios de seus lideres,
acompanhando as "ordens do chefe".
Deveria haver um mínimo de coerência para tais acordos. Deveriam
seguir uma linha política, pelo menos. Não se pode conceber que
inimigos declarados se unam, apenas para trocar benefícios, votos por
cargos, sem o menor respeito pelos eleitores, que são considerados apenas
como "bois de engorda" para determinado candidato.
Ora, se os líderes políticos se prestam a tais conchavos, os eleitores
deveriam ao menos usar seu direito de votar com critério, seguindo os
ditames de sua consciência. Não se pode conceber que alguém
que seja contrário a determinado candidato, que vote nele apenas porque
"seu chefe o apóia".
É preciso que a "caça aos votos perdidos" tenha um fim.
Que tais acordos sejam repudiados pelos eleitores, que jamais deverão
votar contrariando suas idéias. Se nenhum dos candidatos finalistas é
de seu agrado, é melhor anular o voto do que simplesmente obedecer ao
chefe. Ou então, se achar que é melhor votar em "A"
do que em "B", porque assim lhe diz sua consciência, que o faça,
mas jamais apenas para seguir orientação do líder de seu
partido.
Isso se chama "Consciência Política". Isso se chama usar
o sagrado direito do voto com sabedoria. Isso se chama pensar pela própria
cabeça. Se os lideres fazem conchavos, que o façam por conta própria.
É preciso que o povo se liberte de vez do "cabresto eleitoral".
É preciso que se vote com consciência, com a certeza de que é
esse seu julgamento, e que se está procurando o melhor para sua cidade.
DIGA NãO AO VOTO DE CABRESTO. Siga suas idéias e ideais...
(21/10/2004)