Há homens que têm patroa. Ela sempre está em casa
quando ele chega do trabalho.
O jantar é rapidamente servido à mesa. Ela recebe um apertão
na bochecha.
A patroa pode ser jovem e bonita, mas tem uma atitude subserviente, o
que lhe confere um certo ar robusto, como se fosse uma senhora de muitos anos
atrás.
Há homens que têm mulher. Uma mulher que está em
casa na hora que pode, às vezes chega antes dele, às vezes depois.
Este trecho foi extraído de uma crônica escrita por Martha Medeiros,
intitulado A Mulher e a Patroa, onde podemos sentir a diferença
do que é ser simplesmente a patroa, ou seja, a esposa que
está sempre pronta para servir a seu amo e senhor, como era no passado,
ou ser a mulher, alguém que tem sua independência,
e é senhora de tomar suas decisões, como já acontece nos
dias de hoje, já que aquela subserviência do passado é coisa
do passado. Felizmente as coisas mudaram e as mulheres já podem adotar
uma postura independente, por vezes até demais.
Será que a mulher de hoje, que se envergonha de ser chamada
de patroa", não tem boa parte da culpa de seus filhos irem
por caminhos excusos? Será que os divórcios que crescem a cada
dia, não é em parte, culpa da mulher que não sabe se dividir
em ser "patroa" e ser "mulher"? Meu casamento está
com mais de 52 anos e como o vinho amadurecido, cada vez melhor... Tem hora
para plantar e para colher... Boas sementes, boas colheitas... O que ganhei
com toda essa possível dedicação? O amor e o respeito de
minha família. É isso aí... Mas meu marido carinhosamente
e com orgulho me chama de "minha mulher....
E este trecho foi extraído de um comentário feito pela poeta
Thereza Mattos sobre o texto acima citado, denotando que pode haver um equilíbrio
entre as funções de patroa e mulher, sem
quebrar a harmonia do lar. Basta que haja bom senso. E esse bom senso pode ser
o responsável direto por relacionamentos duradouros, que resistem à
rotina causada pela convivência.
Na realidade muitos casamentos sofrem ação de desgaste por causa
das dúvidas acima, quando ambos os conjugues não sabem se situar
devidamente. Ou pelo menos um deles não sabe que caminho tomar.
Até agora apenas se falou na parte das mulheres, que precisam saber
se dividir entre as múltiplas funções e necessidades para
que são chamadas, cabendo-lhes até a responsabilidade sobre o
encaminhamento dos filhos. Será que a obrigação masculina
é apenas cuidar da parte financeira do lar? Não deverá
ele dividir com sua esposa e companheira (bem melhor do que patroa ou mulher)
também essas obrigações, já que ela vem dividindo
a parte de manutenção?
Há que se falar sobre o medo dos homens em mostrar sua própria
fragilidade, escondendo-a sob a capa de um machismo retrógrado, procurando
sempre se impor dentro do lar, quando muito pelo contrário, deveria procurar
compor com sua esposa uma parceria, procurando cada qual adaptar-se à
personalidade do outro, não sendo correto falar-se em dependência
ou independência deste ou daquele, mas sim numa interligação,
num amoldamento entre ambos, compondo uma real parceria, pois é uma real
necessidade para a vida que haja um entendimento entre os parceiros, sem que
se procure saber quem manda em casa.
Uma sadia e inteligente divisão de tarefas pode resolver muitos problemas.
Aliás, todas as decisões importantes devem ser tomadas de comum
acordo, devendo haver um diálogo saudável e inteligente, mesmo
quando as opiniões forem divergentes, já que estão sendo
tomadas decisões que irão afetar a vida de ambos. Nada mais justo
que AMBOS decidam em conjunto.
Se a dúvida persistir, poderá ser ouvida uma terceira opinião.
Portanto, parece-nos que o mais importante não é saber quem manda,
se é o homem ou a mulher, se cabe ao homem tais tarefas e à mulher
aquelas outras. Que de comum acordo, decidam quem faz o que, mesmo que seja
o homem ir para a cozinha e a mulher trabalhar fora. Tudo é questão
de bom senso, e procurar saber das reais aptidões.
Considerando que a finalidade principal é manter a harmonia, o amor
e o carinho, vamos começar tudo isso, tendo UM LINDO DIA.