O amor familiar vem caindo em desuso. Antigamente havia um culto às
famílias. Morava-se em amplos casarões. As refeições
sempre eram feitas em alegres reuniões familiares. As grandes datas sempre
eram comemoradas com todos reunidos. Eram outros tempos.
Por exigências da vida moderna, houve uma certa desagregação
nas famílias. Cada qual vai em busca de sua vida. Antigamente os filhos
iam casando, e morando na mesma casa. Atualmente, o que impera é o quem
casa, quer casa. E de uma maneira ou de outra, vão se rompendo
os laços familiares, e constituindo-se sempre novas famílias,
sempre formando novos núcleos, por vezes cortando vínculos, por
razões as mais diversas, que nem vale a pena enumerar, pois penso que
todas as famílias tem histórias de rusgas entre sogros, sogras,
genros e noras... já faz parte até do anedotário...
Mas, o que mais se nota é que além dessa separação
física quase natural, o que ocorre também é uma grande
falta de comunicação, pois além de viverem separados, também
pouco se falam.
São cada vez menos freqüentes as reuniões familiares. Escasseiam
as conversas, e por que?
Pode parecer estranho, mas o que vem ocorrendo, é uma total falta de
comunicação entre as pessoas. Apesar da Internet, das ondas do
rádio, dos programas de televisão, do celular barato, ou talvez
justamente por isso tudo, a falta de comunicação pessoal é
enorme. Usam-se as máquinas, usa-se a tecnologia, esquecendo-se do contato
pessoal.
Ao invés de uma visita, passa-se um e-mail, telefona-se, e pronto. Está
cumprida a obrigação.
A vida familiar também fica seriamente prejudicada, pois está
cada mais frio e distante o diálogo entre pais e filhos, tudo fica para
depois. É preciso apenas suprir os meios para subsistência.
Pensa-se na matéria, esquecendo-se da alma. Pensa-se na propriedade,
e não no amor.
A principal preocupação são os bens materiais, em tudo
aquilo que o dinheiro pode comprar.
E nessa preocupação, sempre procuramos manter os filhos ocupados
com alguma coisa, para que eles não possam reclamar de não
merecer a devida atenção. Ao invés da prática do
amor familiar, tome a escola particular, os cursos de línguas, de informática,
balé, jazz, as academias para cuidar do físico. Assim, dá-se
tudo para os filhos, e para nós mesmos. Tudo? E onde fica o convívio
familiar, o amor, o carinho, o diálogo, onde poderemos passar para nossos
filhos aquilo que já vivemos, ao menos para que eles tenham parâmetros.
O convívio familiar, pode evitar o convívio com o traficante,
com amizades perniciosas, onde, apenas por falta de orientação
eles possam buscar o calor de uma amizade.
A nova forma de amor que foi descoberta, é a de cercar as pessoas que
amamos de bens materiais, como se isso pudesse suprir aquele amor que deveríamos
estar praticando, e do qual jamais deveremos fugir.
Uma reunião para um bate papo amistoso é fundamental, para que
os filhos possam sentir que estão tendo atenção e carinho
de seus pais, para que eles possam perceber que seus pais não são
apenas aqueles que os sustentam, pagam suas contas, e tem a obrigação
de lhes dar tudo. Mas sim, são aqueles que por amor também os
castigam, também os fazem sentir que tem obrigações para
com a vida, e para com eles, pais. É tudo uma troca, deve haver uma reciprocidade
de sentimentos. O amor deve ser doado e recebido. Assim como o reconhecimento
pelo que se faz, e o carinho. Muitas vezes, em uma palmada, em um castigo, existe
mais amor do que na condescendência para tudo que os filhos fazem.
Pais e filhos precisam entender que o diálogo é a base de tudo.
É o que pode manter o amor familiar, e para que isso seja possível,
é necessária uma boa dose de compreensão, e de saber viver.
Vamos começar tendo UM LINDO DIA.