Atualmente muitos chegam a considerar a palavra romantismo como algo verdadeiramente
"archaico", ainda constante dos dicionários por mero saudosismo.
Dizem que é preciso ter praticidade na vida, que o que interessa é
ganhar dinheiro, e que romantismo não enche barriga da ninguém.
Até que pode encher...
Ouvindo coisas assim, de repente, não mais que de repente, bateu na alma
uma baita saudade de um tempo em que essa palavra não era encarada como
babaquice. Era realmente levada a sério.
Os homens sabiam ser românticos, procuravam dar aquela atenção
às mulheres, tratando-as como autênticos bibelôs. Elas, por
sua vez limitavam-se a aceitar o que se poderia chamar de "jugo" masculino,
e eram exclusivamente mulheres dedicadas ao lar, aos seus homens, e a embelezar
o mundo.
Faziam-se serenatas para suas eleitas. Os homens colocavam-nas como que em redomas,
para serem admiradas, mas não tocadas. Seriam tocadas apenas pelos seus
homens (pelo menos a idéia era essa...).
Eram outros tempos. Nos tempos de hoje, não há mais lugar para
esse romantismo.
Aliás, o que vem a ser o romantismo? Para o ritmo de vida atual, em que
a urgência de tudo fazer nos impede de viver, é algo totalmente
fora de propósito.
Em parte a culpa do fim (ou quase) do romantismo, coube às próprias
mulheres que se empenharam de tal maneira em "igualar-se" aos homens,
que deixaram de lado a própria feminilidade.
Deixaram de ser as "madames" e as "cortesãs", e começaram
a exigir um novo lugar na Sociedade, reivindicando lugares e posições
antes exclusivamente masculinas. Nada mais justo, já que vinham provando
sua competência e mostrando estar perfeitamente aptas para ocupar quaisquer
cargos.
Com isso, para poder se impor e vencer a resistência masculina, começaram
a usar armas masculinas, mostrando que sabiam ser fortes e decididas, saindo
a campo e exercendo funções que exigem força e resistência
física. Por que não? Nem por isso se masculinizaram, continuaram
femininas. Apenas tinham que tomar certas atitudes para poder se impor em suas
funções que começaram a ferir a suscetibilidade masculina.
E, em represália, os homens começaram a tratá-las como
iguais, esquecendo que, acima de tudo, sempre existiu e existirá uma
"alma feminina". E esta, nunca poderá se esquecer de que é
MULHER.
Por mais forte e decidida que uma mulher seja, sua alma, felizmente, continua
a ser feminina, sendo sempre sensível e carente de certas atenções
que, de repente os homens começaram a deixar de lhes dedicar.
Nota-se ainda hoje uma certa "Guerra dos Sexos", onde homens e mulheres
tentam provar quem é melhor, mais inteligente, mais forte, mais sabido,
mais capaz sexualmente, enfim... mais "qualquer coisa" que seja, apenas
"vencer" a guerra.
Com isto, o pobre Romantismo vai indo "pro beleléu" (já
que ele é antigo, vamos usar um termo idem..).
Precisa ser firmado um "Tratado de Paz", para se resgatar o romantismo...
Vamos nos esquecer de tentar provar "quem é o melhor", para
aceitar a idéia de que cada um é cada um. A competência
para qualquer função não depende do sexo, mas sim da capacidade
individual de cada pessoa, seja homem ou mulher, no desempenho de tal ou qual
função.
Ainda mais agora, quando as mulheres deixaram de ser os "bibelôs",
quebraram suas redomas, e estão lindas, leves e soltas, podendo exercer
ativamente esse lado romântico, ao invés de apenas esperar, suspirantes,
que seus eleitos lhes dispensassem atenção.
As condições de vida moderna, pelo menos nas grandes cidades impede
as lindas serenatas de antigamente, mas nada impede de se tratar uma mulher
com gentileza, cedendo-lhe passagem, oferecendo-lhes flores (qual mulher não
gosta de ganhar um ramo de flores, ou mesmo uma rosa que seja), oferecendo-lhes
uma poesia (se souber compor, tanto melhor...), dando-lhes a atenção
devida, nunca esquecendo de que sua feminilidade sempre fará parte de
sua natureza.
Às mulheres, apenas que aceitem essas sutilezas românticas, que
saibam também ser românticas. Dentro da agitação
da vida moderna, sempre haverá lugar para um romântico de plantão.
Bem, comecei a falar de romantismo, e me entusiasmei... Prometo voltar a falar
sobre o tema. Por ora, resta-me desejar a todos UM ROMÂNTICO DIA.