Por paradoxal que possa parecer, a pessoa que nós menos conhecemos,
é aquela com a qual nós temos um convívio mais estreito,
qual seja, nosso outro eu. Aquele que vive em nosso interior, e do qual pouco
sabemos.
Sempre será muito difícil aquilatarmos nossa real potencialidade.
Muitas vezes julgamos estar em nosso limite, já tendo feito tudo aquilo
que pensávamos ser capazes de fazer, e eis que, seja por alguma circunstância
fortuita, seja por necessidade imperiosa, tiramos mais um ás da manga,
e verificamos que nosso limite ainda não era aquele, e conseguimos realizar
algo do qual não nos julgávamos capazes.
O importante em nossa vida, é jamais desistir, sempre tentando alcançar
algum objetivo, seja qual for, sempre procurando conhecer qual será nosso
limite.
O limite orgânico é fácil de ser constatado, pois nosso
organismo estipula até onde poderemos abusar de sua resistência,
e quando a extrapolamos, sentimos as consequências de nossos atos.
Contudo, ainda não conseguimos reunir condições para avaliar
a real potencialidade de nosso "eu" interior. Ainda não foi
possível definir quais os reais limites do cérebro, e nem da alma.
Até onde poderemos suportar certas situações. Até
onde nossa alma pode tolerar de felicidade ou de sofrimento. Até onde
poderemos amar. Até onde poderá ir nosso desenvolvimento intelectual.
Até onde poderemos suportar, mesmo as mais simples situações
de nosso cotidiano.
E uma das provas mais irrefutáveis, é o constante progresso tecnológico,
sempre em evolução, sempre com novas descobertas, sempre o hoje
muito superior ao ontem, e inferior ao amanhã, sendo essa a prova mais
cabal que ainda não se chegou ao limite do conhecimento humano, pois,
a exemplo do organismo que nos diz quando devemos parar, fatalmente isso ocorrerá
com nosso interior, quando esse limite for conhecido. A cada nova descoberta,
constatamos surpresos que de nada sabemos, e tudo ainda temos para aprender.
Enquanto isso não acontece, e enquanto os cientistas e os experts, que
estão mais adiantados na busca desses limites, ainda não mostram
sinais de fim da evolução, devemos pelo menos tentar acompanhar
esse ritmo alucinante, "na busca de nosso conhecimento total".
Apenas exemplificando, podemos citar um dos maiores "milagres" da
mente humana, que é a Internet. Ainda não se conhece sequer uma
pequena parte de seu real potencial, e talvez seja por isso que fazemos tantas
besteiras tentando entende-la, e faze-la funcionar como desejaríamos
que ela funcionasse. Ocorre que ela já começa a superar nosso
conhecimento, e está nos deixando para trás. Como pode ser possível
que algo criado pela mente humana possa supera-la? Mas o que ocorre é
justamente isso. Sempre aparece algo de novo dentro desse "monstro devorador
de conhecimentos", que nos surpreende, por mais conhecimentos que tenhamos
sobre o assunto. Quantas vezes os técnicos mais capazes ficam sem saber
o que fazer diante de certos problemas que surgem nessa "maquininha de
fazer doidos".
No campo da medicina, com todo o incrível desenvolvimento atingido, com
todas as descobertas que a ciência já produziu, muitas os vezes
os médicos apenas diagnosticam: "Uma crise viral". Ora, que
raio de vírus é esse? Será que o JSFortnight produz gripe
e resfriado também?
Desde que nascemos, sempre teremos essa incógnita, sobre o conhecimento
de nossos reais limites. É interessante sempre pelo menos tentar desenvolver
nosso conhecimento até nosso ponto máximo, que jamais será
atingido. A única certeza que poderemos ter, é a certeza de que
jamais saberemos qual é nosso conhecimento total sobre nós mesmos.
Chegar a esta conclusão, já é um passo para essa descoberta.
Possivelmente restem ainda mais uns mil passos para tanto, sendo certo que dificilmente
os conseguiremos dar.
Sempre haverá pessoas que conseguirão chegar mais perto desse
conhecimento, mas sempre haverá algo de novo para ser conhecido, algo
que precisaremos aprender, provando cabalmente que o limite ainda não
foi atingido.
Vamos continuar tentando? E enquanto isso, sem esquentar muito a cabeça
com essas idéias de autoconhecimento total, vamos ter UM LINDO DIA, porque
isso está em nossos limites.