Aproxima-se a época das eleições, e com ela, a malfadada
propaganda gratuita no rádio e televisão, tomando espaço
da programação habitual (que não anda lá grande
coisa...), e apresentando um blábláblá sem fim de candidatos
que apenas sabem prometer o que jamais sequer tem a intenção de
cumprir.
Precisamos analisar direitinho em quem votar ou mesmo, se valerá a pena
em algum deles votar. As decepções sempre são tantas, que
dá vontade de sugerir a todos que simplesmente anulem seus votos, para
mostrar que todos eles merecem nosso repúdio, pelo não cumprimento
de tudo aquilo que prometem.
Prometem tudo. Assumem compromissos que forem necessários para ganhar
alguns votinhos. Fazem qualquer tipo de acordo que lhes possa garantir alguma
possibilidade de eleição.
E não é para gente assim que deveria ir nosso voto. Devemos saber
em quem votar.
Vamos então procurar analisar o que é ser um deputado.
Para ocupar um lugar em uma Câmara de Deputados, seja Federal ou Estadual,
dizem que é necessário ser um político. Mas não
é esse o requisito básico. Pelo contrário, tal cargo deve
ser ocupado preferencialmente por apolíticos, que sejam honestos. Por
pessoas que já tenham demonstrado pelo menos vontade de trabalhar correta
e decentemente. Acredito que ainda exista alguém por aí com tais
e retrógradas idéias.
Os políticos de carreira já trazem certos vícios de eleições
passadas, e nem sempre vem com a disposição adequada para trabalhar
efetivamente em benefício da população. Geralmente apenas
se preocupam com seu próprio benefício, pois já conhecem
as mutretas do cargo, sendo quase vital a injeção de sangue novo.
Chega a ser imprescindível uma certa renovação, que poderá
trazer pessoas com mais disposição para o trabalho em prol do
povo. Mas se torna necessário que o povo aprenda a fiscalizar o trabalho
dos seus representantes. É preciso entender que deputados deveriam ser
os verdadeiros representantes do povo, procurando defender o direito de seus
eleitores, mas todos sabemos que não é isso o que acontece...
Devem ser pessoas que venham imbuídas do firme propósito de fazer
algo por seus semelhantes, que em seu currículo exista algo de sólido
para que possa merecer nosso voto, e que não seja como certas "raposas"
da política, aqueles políticos de carreira, que a cada eleição
já vão pensando apenas em beneficiar seus correligionários,
pouco se importando com todas as promessas feitas à época das
eleições. O interessante é que sempre se repetem, e sempre
levam a massa ignara a dar-lhes seu voto. Esse é o chamado "voto
de cabresto", uma das maiores pragas nacionais.
Pode-se dizer que não é muito fácil encontrar pessoas assim,
com esse propósito de um trabalho honesto, pois, uma vez lá dentro,
acabam por se "enquadrar no sistema". Aliás, se não
houver uma renovação total e completa, os chamados reeleitos,
saberão mostrar aos calouros as vantagens que poderão auferir,
e, nesse caso, resistir, quem há de? E aquele que resistir,
fatalmente será "queimado" por seus pares.
Contudo, sempre existem candidatos (as) cujo passado recomenda. Aqueles que
em sua vida publica sempre fizeram algo em benefício de algum segmento
da população, e que sempre mostraram disposição
para o trabalho, nunca se acomodando com situações.
É preciso saber analisar a vida pregressa de quem pretendemos colocar
numa Assembléia Legislativa, ou na Câmara Federal, para não
nos arrependermos depois.
Portanto, vamos dar chance para quem já mostrou sua disposição
em fazer algo em benefício de alguém. Alguém que fez algo
para ao menos tentar melhorar as condições da vida de seus semelhantes.
Ou pelo menos alguém cuja plataforma eleitoral não esteja cheia
de promessas absurdas, prometendo resolver todos os problemas da Nação.
Basta aquele que se proponha a trabalhar em prol dos problemas regionais a princípio,
e nacionais depois. Não adianta prometer que vai resolver a situação
da divida externa, ou do desemprego, nem tampouco a cura da aids ou do câncer,
que são problemas que fogem da sua alçada. Deputados devem se
ater aos problemas de seu Estado, estudando como resolve-los. E tentar fazê-lo.
Vamos então ponderar, e procurar conhecer quem é aquele que nos
pede o voto. É preciso eleger quem queira fazer algo pelos direitos do
povo, e não apenas resolver sua vida e a de seus familiares, empregando-os
na Câmara, como é usualmente feito.
Depende de nós, ao exercermos nosso direito ao voto, saber quem eleger.
Precisamos começar a ter um mínimo de consciência política
para tentar moralizar a coisa pública.
Como votar. Aprender, ou não aprender, eis a questão.
Nessa esperança, desejo como sempre, UM LINDO DIA.