A vida sempre nos oferece inúmeras lições, ensinando como
bem vive-la. Sempre dependerá de nosso livre arbítrio segui-las
convenientemente, para bem a vivermos.
Existem pessoas que apenas procuram espalhar intrigas, cizânias, e perdem
seu tempo maquinando maldades e procurando tudo polemizar. São vidas
que nos passam lições de como não se deve viver a vida.
Contudo, existem vidas que transmitem grandes lições. Quase sempre
são criaturas que não chegam a ser famosas, nem tampouco por serem
artistas, políticos, ou terem realizado feitos que alteraram de alguma
maneira o destino da humanidade.
São simplesmente pessoas que vivem o dia-a-dia, junto a outras tantas.
Geralmente poucos lhes lembram os nomes. Mas são pessoas que podem nos
passar lindas lições de vida, por terem mostrado apenas o que
é e pode ser a vontade de viver bem.
Recentemente, num documentário televisivo à respeito do holocausto,
ouvimos a história de uma jovem polonesa e seu drama, durante a segunda
Grande Guerra.
Quando Hitler invadiu a Polônia e iniciou a perseguição
aos judeus, sua família viveu alguns meses, escondida em um porão.
Descobertos, contudo, foram separados e ela nunca mais viu seus pais ou teve
notícias de seus irmãos.
No campo de concentração, onde foi colocada, ela padeceu os maiores
horrores. A comida era pouca, o tratamento rude. As companheiras enlouqueciam.
Ou eram mortas. Ou se matavam. E ela, teimosamente, se aferrava à vida.
Recusava-se a morrer de inanição.
A essa altura da entrevista, o repórter perguntou à entrevistada
se ela nunca pensara em se matar. "Sim," disse ela. "Mais de
uma vez. Quando o frio era muito grande, a fome parecia me devorar e eu não
via perspectiva de salvação. Mas, nesses momentos, lembrava de
meu pai."
Logo que fomos para o porão nos ocultar dos nazistas, ele me disse um
dia: "filha, aconteça o que acontecer, nunca fuja da vida. Resista
até o fim." E me fez prometer que jamais eu desistiria de viver.
Quando os aliados foram vitoriosos, a jovem, e mais 4000 mulheres foram obrigadas
a uma marcha forçada pelos alemães, em fuga das tropas aliadas.
Finalmente, um número muito pequeno delas, entre as que não haviam
morrido no longo trajeto, foram abandonadas num campo de concentração
e encontradas, mais tarde, pelos americanos. Aquelas mulheres estavam desnutridas.
Algumas sequer podiam se erguer, tal o estado de fraqueza. Ela mesma, confessa,
tinha dificuldades para andar, pesava 30 e poucos quilos somente. E não
tomava banho há 3 anos. O seu tempo de aprisionamento. Então um
oficial americano, muito bonito se aproximou dela e a tomou nos braços,
carregando-a até um caminhão. Durante o trajeto ele foi lhe dizendo
que ficasse calma, que tudo daria certo, que ela receberia o socorro necessário.
Cinqüenta e oito anos depois, frente às câmeras de televisão,
ela e o marido mostravam a alegria de sua união. Bom, o marido não
era outro senão o jovem oficial americano que a encontrou magra, suja,
desnutrida e a carregou nos braços, naquele dia distante. Ela não
somente teve a sua vida salva naquele momento, sendo resgatada de uma situação
de penúria, como encontrou o seu grande amor.
Um amor que atravessou meio século e continua tão forte e especial
como nos dias do início de namoro. Um amor que foi concebido ao final
de uma hecatombe, e em que o primeiro encontro foi num ambiente de dor, miséria
moral e intenso sofrimento. Ele era o jovem robusto, vigoroso. Ela, uma esquálida
jovem, pouco mais que adolescente, sofrida e quase sem esperanças.
Existem inimagináveis caminhos para encontros e reencontros de almas
que se desejam unir pelo amor. Caminhos que foram traçados pelo Destino
sempre terminam por se cruzar. Basta que se saiba aceitar o que a vida nos oferece,
e que não é pouco.
Por maiores que sejam os problemas, por pior que pareça ser a situação,
ou se perdeu seu amor, não se pode esquecer de que entregar-se ao desespero,
ou entregar os pontos, tirará a possibilidade de reverter a situação,
como aconteceu com nossa heroína, que saiu da morte certa, para uma vida
de felicidade.
Desse caso, fica uma grande lição de vida, pois se devido circunstancias
desfavoráveis tudo pareça estar perdido, não se pode desistir
de lutar, pois enquanto houver vida, certamente haverá uma luz de esperança.
Sempre poder-se-á reverter uma situação. Não se
esqueça que depois da escuridão da noite, o sol volta a brilhar.
Não permita que seu sol se apague. Não perca jamais a esperança.
Não deixe de confiar na vida.
E principalmente não se esqueça de fazer de todos seus dias, sempre
UM LINDO DIA, sempre evitando maus pensamentos, e jamais procurando fazer mal
a outrem.