Em nossa vida, fatalmente sempre iremos encontrar certas contrariedades que podem
causar aborrecimentos, pois nem sempre as coisas correm segundo nossos desejos,
mas devemos encarar tais fatos como uma espécie de teste para nossa capacidade
de reação. É sempre bom poder justificar o espaço
que ocupamos no mundo. Sempre é bom provar que estamos vivos, e que a melhor
maneira de faze-lo, será sabendo reagir a essas eventuais contrariedades.
A propósito, volto a citar mais uma das pérolas de L'Inconnu, que
se aplica muito bem ao tema:
"Quando parecer que tudo se volta contra você, pense apenas que
o avião decola contra o vento, e não a favor dele."
Sem qualquer sombra de dúvida, eis aqui uma verdade incontestável.
Sempre teremos que encarar as famosas fases negativas, em que parece nada dar
certo. Desde as pequenas coisinhas, como darmos uma topada com a unha encravada,
comprar um presente para alguém especial e descobrir que ela acabou de
ganhar algo igual, e coisinhas assim, que por vezes incomodam muito, tais como
aquelas mais importantes, como a perda de um emprego, ou a falência da firma
em cujas ações tínhamos aplicado nossas economias, ou descobrir
que o grande amor de nossa vida não nos quer mais, ou ainda descobrir que
aquela pessoa em quem tanto confiávamos nos aprontou uma grande falseta.
Enfim, um sem número de situações que juntas ou isoladamente
podem levar qualquer pessoa ao desespero, à descrença contra a humanidade.
Acontece que é justamente nessas horas que precisamos mostrar de que material
somos feitos.
Temos que seguir o exemplo do avião, que garbosamente alça vôo
lutando contra o vento e vencendo-o. Também podemos seguir o exemplo das
aves, que quando percebem que o vento está muito forte, procuram voar de
lado, tentando encontrar seu rumo com paciência e obstinação.
Reparem que elas não desistem. Podem pousar por alguns minutos, e voltam
à carga com as forças recuperadas. E vão tentando, até
conseguir seu intento. Mas não desistem.
Esse é o caminho. O que não podemos é desistir aos primeiros
obstáculos que nos surgem pela frente. Aliás, para as pessoas de
têmpera, são esses contratempos que dão sabor melhor às
vitórias. Vocês já repararam que nunca damos o devido valor
para as coisas facilmente conseguidas? Agora quando somos exigidos, quando precisamos
mostrar de que material somos feitos, podemos expor os resultados conseguidos
e dizer que ali tem muito de nós, tem nosso valor, é enfim, o resultado
de nossa capacidade, de nossa real competência.
E isso começa desde cedo. Vocês já repararam a expressão
de suprema felicidade de uma criança que consegue dar os primeiros passos?
É a primeira grande vitória de sua vida. Foi conseguido por seu
próprio mérito. Claro que teve o apoio e o estímulo de seus
pais. Talvez se estivesse absolutamente só não teria conseguido.
Não saberia como fazê-lo. Mas a grande decisão que o levou
a dar os primeiros passos foi sua. A resposta à pergunta que se formou
em seu íntimo: ficar na comodidade do engatinhar, ou tentar andar?
Quantas vezes nos vimos nessa contingência de dar "os primeiros passos"
em nossa vida? Numa mudança de emprego, numa decisão importante,
num casamento, numa viagem. Enfim, nossa vida é plena de "primeiros
passos", e temos de ter a coragem de dá-los.
Quantos tropeções já tivemos? Quantas pessoas ficam pelo
caminho, caídas, aos primeiros tropeções? Apenas por não
terem tido a coragem de enfrentar a adversidade. E quantas pessoas conseguiram
grandes êxitos após ter sofrido grandes quedas? É nas adversidades
que podemos mostrar se temos valor.
Não quero dizer com isso que o êxito fácil não tem
valor. Tem. Mas, convenhamos, é mais gostoso e dá muito mais emoção
quando nosso time ganha com um gol no último minuto da prorrogação,
do que quando ganha por 10 a zero. A vitória foi suada, mostrou o valor
dos jogadores que não desistiram de buscá-la até o último
minuto.
Assim é nossa vida... Só podemos desistir, quando damos o último
suspiro. Até lá, temos o dever para conosco mesmo de procurar nossos
objetivos.
Assim sendo, que todos tenhamos UM LINDO DIA.