A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Encontro entre gerações... Pais e filhos

(Marcial Salaverry)

Muito há o que se falar sobre o relacionamento entre Pais e Filhos, que é um assunto bem complexo, devido aos diversos tipos de pais que encontramos.

Inicialmente, vamos falar daqueles pais que procuram realizar seus sonhos através dos filhos. Por exemplo, aquele pai que acalentava o sonho de ser médico. Desde pequeno, procura incutir na cabeça da criança a maravilha que é ser médico. Argumenta "que é uma profissão linda, que cura as pessoas, salva vidas" (esquece-se de dizer que também pode matar se não for um médico competente). Daí, a criança cresce sofrendo aquela lavagem cerebral e, quando indagado sobre o que vai ser quando crescer, responde automaticamente: "Médico, né papai?".

Na verdade, o que deve ser feito é uma análise profunda sobre as reais vocações da criança, observando suas tendências, e mesmo fazendo um teste vocacional para que se possa chegar a uma conclusão sobre a carreira a seguir. Quantas vezes vemos um médico frustrado, porque sua vocação era outra. Ser poeta, por exemplo...

Existem muitos pais que, ou por comodismo, ou por desamor, preferem deixar que os filhos cresçam tendo todas suas vontades satisfeitas, sem mostrar-lhes limites, sem coibir-lhes os excessos. Não é por aí, pois as crianças sempre precisam conhecer seus limites, saber até onde podem chegar, e o que lhes é permitido.

Por outro lado, temos o oposto, ou seja, pais que impõem disciplina quase militar, tudo proibindo, tolhendo os passos e não deixando que a criança sequer se manifeste, sob a alegação: "Eu sei o que é melhor para meus filhos" Será que sabem mesmo? Ao impor as proibições, simplesmente dizem "Não pode, porque não pode". Também não é por aí, pois as crianças, se precisam conhecer os limites, também precisam saber o porque desses limites, ou seja: "Não posso usar drogas, ou fumar...por que?". Se simplesmente forem proibidas "e pronto", existe o perigo de sentir a curiosidade de provar, só porque "é proibido". E aí... os pais perguntam: "Onde foi que eu errei?"

O ideal é o meio termo, nem tanta liberdade (que acaba levando à liberalidade), nem tanta repressão. O que se deve fazer é ficar "em cima do muro", ou seja, através de muito diálogo, sempre procurar dar uma orientação segura sobre as coisas da vida. A criança precisa sentir confiança nos ensinamentos recebidos em casa, para não procurar informações fora. Lá nem sempre é bem orientado. É certo que dá trabalho manter esse diálogo em casa, essa orientação constante, mas é um trabalho compensador.

Existe ainda um ponto de equilíbrio importante nessa relação entre Pais e Filhos, que é o papel importantíssimo representado pelos PROFESSORES, estes, verdadeiros auxiliares dos pais. Vejam bem, não podem ser considerados os substitutos dos pais, devem sim, complementar a educação iniciada em casa. Porém, por vezes se vêem na obrigação de assumir as rédeas, devido à omissão de muitos pais. E isso, realmente, é lamentável.

Muitas vezes atribui-se às "más companhias", certos descaminhos dos filhos. Na verdade, o que não houve foi uma orientação adequada, que desse ao jovem o discernimento para saber evitar as tais "más companhias".

Bem... para que o Dia dos Pais seja dignamente comemorado, não basta um almoço especial, nem um belo presente. É preciso que durante todos os dias do ano haja um clima de paz e de amizade. E, principalmente, muito diálogo, muita troca de informações, de ensinamentos.

Pais e Filhos, precisam, antes de tudo cultivar e viver em um clima de amizade e compreensão, para que certas coisas daninhas não aconteçam, tendo assim, sempre UM LINDO DIA, e não apenas no chamado Dia dos Pais.

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