Muito há o que se falar sobre o relacionamento entre Pais e Filhos, que
é um assunto bem complexo, devido aos diversos tipos de pais que encontramos.
Inicialmente, vamos falar daqueles pais que procuram realizar seus sonhos através
dos filhos. Por exemplo, aquele pai que acalentava o sonho de ser médico.
Desde pequeno, procura incutir na cabeça da criança a maravilha
que é ser médico. Argumenta "que é uma profissão
linda, que cura as pessoas, salva vidas" (esquece-se de dizer que também
pode matar se não for um médico competente). Daí, a criança
cresce sofrendo aquela lavagem cerebral e, quando indagado sobre o que vai ser
quando crescer, responde automaticamente: "Médico, né papai?".
Na verdade, o que deve ser feito é uma análise profunda sobre
as reais vocações da criança, observando suas tendências,
e mesmo fazendo um teste vocacional para que se possa chegar a uma conclusão
sobre a carreira a seguir. Quantas vezes vemos um médico frustrado, porque
sua vocação era outra. Ser poeta, por exemplo...
Existem muitos pais que, ou por comodismo, ou por desamor, preferem deixar que
os filhos cresçam tendo todas suas vontades satisfeitas, sem mostrar-lhes
limites, sem coibir-lhes os excessos. Não é por aí, pois
as crianças sempre precisam conhecer seus limites, saber até onde
podem chegar, e o que lhes é permitido.
Por outro lado, temos o oposto, ou seja, pais que impõem disciplina quase
militar, tudo proibindo, tolhendo os passos e não deixando que a criança
sequer se manifeste, sob a alegação: "Eu sei o que é
melhor para meus filhos" Será que sabem mesmo? Ao impor as proibições,
simplesmente dizem "Não pode, porque não pode". Também
não é por aí, pois as crianças, se precisam conhecer
os limites, também precisam saber o porque desses limites, ou seja: "Não
posso usar drogas, ou fumar...por que?". Se simplesmente forem proibidas
"e pronto", existe o perigo de sentir a curiosidade de provar, só
porque "é proibido". E aí... os pais perguntam: "Onde
foi que eu errei?"
O ideal é o meio termo, nem tanta liberdade (que acaba levando à
liberalidade), nem tanta repressão. O que se deve fazer é ficar
"em cima do muro", ou seja, através de muito diálogo,
sempre procurar dar uma orientação segura sobre as coisas da vida.
A criança precisa sentir confiança nos ensinamentos recebidos
em casa, para não procurar informações fora. Lá
nem sempre é bem orientado. É certo que dá trabalho manter
esse diálogo em casa, essa orientação constante, mas é
um trabalho compensador.
Existe ainda um ponto de equilíbrio importante nessa relação
entre Pais e Filhos, que é o papel importantíssimo representado
pelos PROFESSORES, estes, verdadeiros auxiliares dos pais. Vejam bem, não
podem ser considerados os substitutos dos pais, devem sim, complementar a educação
iniciada em casa. Porém, por vezes se vêem na obrigação
de assumir as rédeas, devido à omissão de muitos pais.
E isso, realmente, é lamentável.
Muitas vezes atribui-se às "más companhias", certos
descaminhos dos filhos. Na verdade, o que não houve foi uma orientação
adequada, que desse ao jovem o discernimento para saber evitar as tais "más
companhias".
Bem... para que o Dia dos Pais seja dignamente comemorado, não basta
um almoço especial, nem um belo presente. É preciso que durante
todos os dias do ano haja um clima de paz e de amizade. E, principalmente, muito
diálogo, muita troca de informações, de ensinamentos.
Pais e Filhos, precisam, antes de tudo cultivar e viver em um clima de amizade
e compreensão, para que certas coisas daninhas não aconteçam,
tendo assim, sempre UM LINDO DIA, e não apenas no chamado Dia dos Pais.