Basta saber encarar a passagem do tempo, para saber amadurecer sem envelhecer.
E para tanto, é preciso ter sempre presente que é impossível
deter a marcha do tempo, mas sabendo como viver, podemos encará-la numa
boa, não permitindo que o ato de envelhecer o corpo, possa envilecer
a alma.
Meu amigo L'Inconnu me enviou um pensamento que se aplica à perfeição
ao tema e que exige uma certa reflexão. Vejam se não estou certo:
"Pense em si mesmo como alguém que tem direito à felicidade".
É exatamente essa sugestão que é preciso passar para as
pessoas que começam a se entregar ao peso dos anos, esquecendo-se de
que enquanto estamos vivos, sempre temos algo a fazer. E viver é uma
dessas coisas.
Acredito que o pior que pode acontecer a alguém, é chegar naquele
ponto em que diz nada mais ter a fazer e entrega os pontos. Pode-se dizer que
morreu em vida. E como é ruim quando isso acontece. Chegando a esse ponto,
realmente começa a morrer para a vida.
Gostaria de pegar cada uma dessas pessoas apenas para tentar mostrar que todos,
sem exceção temos algo a fazer por alguém. Ninguém
está completamente inutilizado para a vida.
Temos que nos lembrar de que todos tem direito à felicidade, à
vida. Mas temos que saber buscá-la, não se pode esperar que ela
caia do céu.
E como buscá-la, se a vida está tão dificil para todos,
argumentou uma amiga, acrescentando que estava viúva há já
alguns anos, e que sentia muito a falta do marido, e não via mais razão
de viver. Vamos relembrar este episódio, porque já teve uma outra
sequência.
"Esse diálogo aconteceu há exatos 18 meses.
Deixei-a chocada quando perguntei por que então não se enterrava
junto (tipo tratamento de choque). Sugeri depois, que começasse a viver,
pois tinha direito à felicidade. Indiquei-lhe procurar os Centros de
Convivência da Terceira Idade, que procurasse grupos de excursão.
Que procurasse, enfim, contato com pessoas vivas.
Enfim, que ao invés de ficar em casa chorando a perda do companheiro
querido, que procurasse sim, manter as recordações de todos os
bons momentos vividos juntos, e que fosse tentar viver.
Bem, para encurtar a história, hoje essa pessoa continua só, mas
notei uma alegria de viver no brilho de seus olhos. Tem viajado constantemente.
Nas reuniões do Cecon, conversa com amigas lá conhecidas, faz
tricô, está aprendendo pintura em seda. Enfim, está vivendo.
Está feliz. Esqueceu o marido? Claro que não. Sempre se lembra
dos momentos felizes vividos juntos. Mas são lembranças boas,
e não amargas. Não lamenta mais o fato dele não estar mais
aqui, mas sim alegra-se por ter tido sua companhia por tantos anos."
Bem isso foi em novembro de 2001. Hoje, tive o prazer de encontrar essa amiga.
Pareceu-me rejuvenescida. Está amando. Encontrou um outro coração
solitário, e estão namorando. Ela tem 71 anos, e o feliz noivinho,
tem 74. Estão felizes. Estão vivendo novamente. E como é
lindo isso...
Como ocorreu com ela, qualquer pessoa solitária pode encontrar um outro
alguém que esteja igualmente solitário. Claro que não se
pode esperar que surja uma grande paixão, um grande amor. Mas basta que
surja alguém com quem possa dividir a solidão.
Tal encontro não é imprescindível, pois é perfeitamente
possível administrar-se a solidão. Basta que se encontre uma ocupação.
Algo com que preencher o tempo ocioso.
Os fatos são os mesmos, o que muda é o enfoque. É a maneira
de se encarar os fatos.
Se a idéia serviu para uma pessoa que estava completamente amargurada,
poderá servir para qualquer pessoa. Basta que consiga acender uma pequena
luzinha em sua vida. Basta que entenda seu direito à felicidade e saiba
usá-lo.
E amigos, como é bom sentir-se VIVO, como é bom poder agradecer
ao Amigão o fato de sentirmos a alegria de viver.
Para cada problema existe uma solução. Só temos que saber
procurar. O importante é nunca entregar os pontos. E o ponto final da
vida só surge quando ela efetivamente acaba. Nunca antes.
Bem crianças, vamos sempre procurar viver. Para isso, TENHAM UM LINDO
DIA.