Todos dizem que é preciso economizar energia elétrica, então,
vamos tratar de não deixar que nossa "luz interior" se apague,
para que nossa alma não fique no escuro.
E esse é o grande problema, pois essa luzinha é facilmente apagável
(Te vira, Aurélio). Muitas vezes permitimos que outros a apaguem, quando
aceitamos subornos (seja ativo ou passivo), ou quando permitimos que outros
dominem nossa personalidade, comandando nossos atos e atitudes, quando, enfim,
deixamos de agir por nós mesmos, limitando-nos a uma função
de "vaquinha de presépio". E principalmente quando vemos coisas
erradas sendo feitas, e limitamo-nos a criticar sem nada fazer para ao menos
tentar corrigir. Quando vemos políticos corruptos sendo eleitos e reeleitos.
É realmente triste.
E pior ainda, quando permitimos atitudes desonestas, desde que nos sejam convenientes.
Quer dizer, algo pode ser errado, mas se me trouxer vantagens, embora prejudique
outrem, deixa rolar... Quem se prejudicar, que se dane... (grande especialidade
de nossos políticos...).
A propósito, recebi ontem um pensamento extraído do livro do Dalai
Lama, que se encaixa bem no tema, vejam:
"As boas qualidades humanas - honestidade, sinceridade e um bom coração
- não podem ser compradas com dinheiro e nem produzidas por máquinas
ou mesmo através da mente. Nós chamamos isso de luz interior".
Este pensamento é de uma profundidade enorme.
Sem dúvida alguma todos nascemos honestos, sinceros e com bom coração.
Sentimentos que nos são inatos. Com o passar do tempo, segundo nossas
necessidades de vida, os vamos relegando a plano secundário. Sempre surgem
ocasiões em que somos "obrigados" a agir contra esses princípios.
As desculpas, perdão, os motivos para tanto são incontáveis,
seja na vida familiar, seja na profissional. Quantas vezes mentimos seja porque
precisamos manter um emprego, seja porque nosso conjugue não pode saber
onde fomos, seja porque passamos um farol vermelho, seja porque... Bem todos
conhecemos um sem número de desculpas, perdão, motivos para irmos
apagando nossa Luz Interior.
Convenhamos, é impossível ser-se absolutamente correto. As exigências
da vida moderna sempre nos colocam diante de situações, em que
a única solução é "sair pela tangente".
Algo que é preciso observar com muito carinho e atenção
é que tais atitudes incorretas devem ser repensadas quando percebemos
que vamos atrapalhar a vida de alguém. E não é justo prejudicarmos
outras pessoas, para obter algum benefício ilícito. Enfim, tal
atitude já é comum demais. Faz parte do modus vivendi do
ser humano.
Da mesma maneira que a Luz Interior não se encontra à venda em
lugar nenhum, ela não pode ser vendida, nem trocada. Portanto, ao ceder
às tentações de vantagens desonestas, não estamos
"vendendo" nossa Luz Interior, a estamos perdendo, pois ela vai se
apagando, até não restar sequer uma fagulha.
Daí restam apenas as vantagens auferidas, ficando em princípio
a satisfação pessoal de que conseguimos enrolar todo mundo, que
somos mais espertos. Mas nosso íntimo, que está na escuridão,
sabe a maneira com que tal posição foi conseguida e, mais cedo
ou mais tarde, nesta vida ou em outra vamos olhar para dentro e ver que nossa
Luz Interior, tão brilhante em seu início, inexiste. E aí,
fazer o que?
Então vamos procurar manter o que ainda resta de nossa Luz Interior,
repensando atitudes. Na realidade, crescer prejudicando outros, não é
mérito nenhum. No fundo, não deve dar aquela satisfação
íntima do dever cumprido. Falta o brilho da Luz Interior.
É muito mais gostoso poder desfrutar do êxito conseguido tendo
nossa consciência tranqüila, com nossa Luz Interior brilhando ao
máximo, ofuscando as vistas de quem tentou nos prejudicar.
Bem crianças, espero que vocês todos possam olhar no espelho, e
perceber dentro de seus olhos o inequívoco brilho de sua Luz Interior,
e assim, tenham UM LINDO DIA.