Personalidade, eis algo difícil para se definir e aquilatar. Na realidade,
personalidade é o que diferencia uma pessoa das outras. Assim sendo,
é preciso entender que cada um é cada um, e não podemos
desejar que todos sejam como queremos, nem que nos entendam e aceitem rigorosamente
como somos, pois vivemos em uma Sociedade, e adaptações são
necessárias.
Contudo, algo que muito escutamos em nossa vida, são as reclamações
de pessoas que se julgam incompreendidas pelos outros, e perseguidas pela humanidade.
Muitas chegam mesmo a acusar Deus de suas mazelas, esquecendo-se de que o que
de mal lhe aconteceu, foi causado por atos indevidos, ou pela falta de cuidados
necessários ao tomar certas atitudes, ou praticar determinados atos.
Ora, se agimos irrefletidamente e nos acontece algum imprevisto desagradável,
a culpa será somente nossa. Não foi Deus nem ninguém que
nos levou a tomar aquela atitude. Foi simplesmente a nossa vontade.
Mesmo quando existe interferência de terceiros, que nos incitam a fazer
isto ou aquilo, a última palavra sempre será a nossa. Isso é
ter personalidade. Saber aquilatar o que lhe é ou não conveniente.
Bem a propósito, recebi uma mensagem de autoria de Richard Bach, que
dá uma luz enorme sobre o tema. Vejam:
"Durante muitos anos esperamos encontrar alguém que nos compreenda,
alguém que nos aceite como somos, capaz de nos oferecer felicidade apesar
das duras provas. Apenas ontem descobri que esse mágico alguém
é o rosto que vemos no espelho."
Sem qualquer sombra de dúvida, nós somos os principais responsáveis
pelo que nos acontece na vida. Não digo os únicos, porque por
vezes acontecem acidentes dos quais não somos culpados, mas apenas vítimas
da irreflexão de outrem.
Tenho ouvido depoimentos de pessoas viciadas, seja em drogas, cigarro ou bebidas,
que cederam ao vício por causa de influencias alheias... Sinto muito,
mas não posso aceitar tais argumentos.
Alguns, dizem que por não terem encontrado apoio em casa, acabaram entrando
para o vício como uma maneira de chamar a atenção dos pais
sobre si. Encontrou a maneira errada. Experimentou o diálogo?
Outros, dizem que houve a famosa influencia das "más amizades".
Ora, somos nós que escolhemos nossos amigos, e se notamos que uma amizade
pode ser perniciosa, o melhor a fazer é afastar-se de tal pessoa.
Outros, "até que não queria, mas insistiu tanto...".
E onde fica a personalidade da pessoa?
Se não queremos uma coisa, temos que ser firmes, e não podemos,
e nem devemos ceder à vontade alheia, apenas para satisfazer uma pessoa
que julgamos ser amiga.
Concordando com Bach, devemos ouvir nossa consciência. Essa sim, nossa
real amiga.
Não podemos justificar nossos erros, ou o que nos acontece de errado,
colocando-os sobre ombros alheios. Os únicos responsáveis por
nossas atitudes, somos nós mesmos.
Se outros nos levaram ao erro, é porque não fomos firmes o suficiente
para defender nosso ponto de vista, ou então porque, no fundo o que queríamos
na verdade era experimentar aquela coisa, que parecia ser uma grande aventura,
mas que acabou sendo uma viagem de terror. Mas isso é nossa vontade,
nosso livre arbítrio, e temos que assumir essa responsabilidade.
Ninguém colocou o cigarro em nossa boca, o pó em nosso nariz,
a seringa em nossa veia, a garrafa em nossa mão. A decisão final
foi nossa. Nós é que fomos nosso inimigo.
Nós é que quebramos o espelho, para não ver o ar de crítica
com que ele nos olhava...
Vamos olhar com carinho para esse alguém que tanto nos ama, e que nos
está olhando com um certo ar de dúvida? Vamos desejar-lhe UM LINDO
DIA.
Não lhes parece uma boa idéia?
Vocês já repararam que sempre existe alguém que passa
a vida fugindo de algo que não a está perseguindo? Esse algo pode
ser um vício insidioso.