Conhecer Petrópolis, é ganhar de presente um presente vindo do
passado.
Realmente, sentimo-nos vivendo na época do Império, ao mesmo tempo
em que tínhamos os sinais do presente bem presentes à nossa frente.
Mas, vamos por partes. Até chegarmos à Serra da Estrela, a estrada
em nada lembrava o passado distante. Porém, a sinuosidade da estrada
que nos leva ao alto da serra, em tudo fazia lembrar o antigo caminho das carruagens,
quando as estradas respeitavam o traçado do morro, sem os enormes túneis
que nos são oferecidos pela tecnologia moderna.
Enfim, apreciando o deslumbrante panorama que se oferecia a nossos olhos, podíamos
imaginar os cavaleiros d´antanho cavalgando pelos caminhos, levando as
novas da Corte à Província. E as carruagens levando os nobres
para as suntuosas casas de veraneio.
Há que se louvar o cuidado que se toma com a preservação,
não só da estrada, como também da cidade. O famoso Condephaat,
como os condes e demais nobres da época, leva a peito o projeto de preservação
da cidade, principalmente da chamada área nobre. Nada se derruba, nada
se mexe, nada se reforma. Apenas se restaura, conservando-se a estrutura original.
Assim, lá estão as mansões de veraneio dos poderosos da
época, ainda intocadas. Algumas transformadas em escolas, outras em firmas
comerciais, outras em hotéis e pousadas, mas a estrutura original, "imexíivel"...
Chega a causar espanto como, dentro da tecnologia da época, construía-se
mansões como aquelas. E que se dizer da Catedral de Petrópolis?
Difícil de descrever. Quem a conhece, sabe disso. É preciso ver
para crer, tal é a beleza de seus vitrais, tal a arte de seus detalhes.
Sinceramente é difícil para descrever, tanto a Catedral, como
o Museu Imperial. Este, um magnífico monumento. Visitá-lo, é
se deslumbrar com aquela época, seus usos e costumes. Os móveis
do tempo do Império lá estão... As roupas usadas, também...
A qualquer momento poderíamos ouvir os valetes anunciando a chegada de
alguim nobre...
É realmente um maravilhoso mergulho no passado.
Desligamo-nos da época atual, e simplesmente nos sentimos parte integrante
de um passado glorioso.
Não é preciso muito esforço para se situar na época
colonial, tão vivamente conservadas estão as marcas do passado.
Fechando os olhos, podemos apreciar o movimento dos nobres da época,
e ouvir o frufru dos vestidos das damas da Corte.
Os móveis da época, incrivelmente bem conservados. Louve-se a
administração do Museu, pelos cuidados que toma.
Na visita à casa de Santos Dumont, pudemos apreciar o gênio da
criatividade de nosso querido Pai da Aviação. Sua casa é
toda ela um monumento ao seu gênio inventivo. A começar pela escada.
Fosse ela uma escada convencional, e seria impossível por ela subir,
pela exigüidade de espaço existente entre os degraus. Então,
nosso gênio bolou um recorte nos degraus que, inclusive obriga as pessoas
a iniciar a subida com o pé direito. Descrever é complicado. É
só ir lá conferir. Sua cama então, é o máximo
de criatividade e aproveitamento de espaço. Durante o dia, mesa de trabalho,
à noite, confortável leito. Coisa de gênio mesmo.
Prefiro não falar dos detalhes modernos, como a Rua Teresa, um paraíso
para consumistas, para falar da fantástica beleza que é o Espetáculo
de Luz e Som, apresentado às sextas e sábados a noite nos jardins
do Museu Imperial. O espetáculo de luz, sombra e som, utilizando a cortina
d'água do chafariz central, é de uma beleza fora do normal.
A melhor maneira para descrever esse impressionante espetáculo, é
dizer que ele é indescritível. Os dicionários ainda não
apresentam palavras que possam descreve-lo. Então, apenas posso sugerir
que façam um passeio até a Petrópolis, para um maravilhoso
fim de semana e confiram. Depois, tentem descrever. De uma jovem, escutei uma
definição definitiva : "Pô meu...mó maravilha...adrenante."
É isso ai...Esse "Pô meu..." é o máximo
que se pode dizer...
E, crianças, Petrópolis é isso aí... Um passado
que podemos ter de presente no presente.
Basta ir lá, sentir as maravilhas que não apenas a volta ao passado
nos oferece, como também a belíssima Natureza que o Amigão
deixa à nossa disposição... Basta que saibamos apreciá-la
e conservá-la.
E isso, sem falar nos deliciosos biscoitos que são vendidos em barraquinhas
nas ruas... Uma especialidade das biscoiteiras de Petrópolis... De dar
água na boca...
Depois de um final de semana assim, claro que é fácil ter um LINDO
DIA.