A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Sobre amores... e conquistas

(Marcial Salaverry)

Por vezes certos acontecimentos, certas pauladas que se leva da vida, podem deixar alguém com medo de amar, e nesse sentido, uma pessoa muito amiga escreveu-me dizendo estar com medo de amar, por temer se machucar. Claro, dizem que "gato escaldado tem medo de água fria", e alguém que não se deu bem no campo amoroso, vai relutar muito antes de se envolver novamente.

Por se tratar de um assunto muito delicado e que envolve muitas coisas, fui buscar orientação em fontes seguras.

Creio ter encontrado um ponto de partida numa mensagem do Dalai Lama, que sabiamente diz:

Lembre-se de que grandes amores e grandes conquistas envolvem riscos.

Bem, é claro que para se encontrar o amor, não basta ir ao supermercado pegar na gôndola, passar no caixa e pronto, levar para o casa o desejado amor. Seria teoricamente uma beleza se assim fosse, mas, o mundo não teria graça, pois o interessante é justamente essa perspectiva do imponderável. É aquela dúvida sobre se dará ou não certo o romance ainda incipiente. Haverá ou não perspectivas de futuro.

Claro que existem riscos, pois o amor não é um sentimento unilateral. Para ser bom, tem que haver uma reciprocidade, caso contrário alguém vai sofrer. E nem sempre acontece o amor ser compartilhado. Nem sempre amamos quem nos ama, ou somos amados por quem amamos.

São essas incertezas que dão o toque de emoção nessa história de conquistas amorosas.

O bom da história, é quando a conquista é simultânea. Ambos sentem a mesma emoção, o mesmo sentimento, e preferencialmente, ao mesmo tempo.

Por que amamos? Pela própria necessidade que qualquer ser vivo tem. Que é compartilhar a vida com outra pessoa. A solidão, na maioria das vezes, dizem que é má conselheira, faz as pessoas se amargurarem. Sempre é mais difícil viver-se na solidão. Daí a procura pelo amor. Daí querermos amar alguém... mas deveremos encontrar a reciprocidade.

Todavia, como saber a quem amar? Para que esse sentimento possa nos trazer a felicidade, é preciso que encontremos no parceiro (a) uma certa cumplicidade, tem que haver um entendimento, uma série de afinidades, o que contraria a idéia que nos é passada por romances, filmes, novelas, segundo a qual temos que nos apaixonar perdidamente para sermos felizes.

De verdade, não é por aí, pois a paixão é uma atração física e se desgasta com a convivência, enquanto que o amor verdadeiro se solidifica quanto mais passa o tempo, já que os anos vividos juntos nesse amor tranqüilo mostram que os parceiros tem tudo a ver. Ou não.

Talvez não seja esse o amor que muitas pessoas idealizam. Querem viver grandes emoções. E é aí que mora o perigo.

Muitas vezes, por causa de uma atração física muito forte, as pessoas se entregam totalmente, "entram de cabeça" nesse romance. Só que para um dos dois lados a atração passa mais depressa, e é onde alguém "se machuca", e acaba sofrendo.

Antes de se entregar totalmente a um amor assim, temos sempre que estudar um pouco a personalidade da outra pessoa. Se a convivência poderá ser boa, se existe alguma afinidade entre ambos. Sempre é perigoso deixar a paixão correr livre antes de se ter certeza de que a relação poderá mesmo dar certo.

Quanto a viver uma paixão, isso é ótimo, desde que se mantenha os pés no chão, entendendo que isso pode não passar de uma aventura fugaz, o que sempre é bom, para quebrar a monotonia da vida.

Bem crianças, espero que todos tenham juízo, e assim, tenham UM BOM DIA.

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