Sempre será fácil julgar atos alheios. Algo que não nos
agrade, sempre será motivo para severas críticas. Mas que direito
temos de faze-lo? Será justo criticar e julgar pessoas por não
estarem de acordo com nossa opinião? Creio que não temos esse
direito, pois cada um tem direito a conduzir sua vida da maneira que melhor
lhe aprouver. Salvo se formos diretamente atingidos por algum ato praticado
por outrem. Mas nem nesse caso, nos cabe o direito de julgar, mas sim, de procurar
saber o motivo de tal atitude.
Quantas vezes, ao sabermos de alguma atitude tomada por alguma pessoa conhecida,
apressamo-nos em condená-la, se a julgarmos errada, segundo nosso ponto
de vista, e isso, muitas vezes sem sequer dar-lhe o direito de se defender.
Achamos a atitude errada, e pronto. Está feito o julgamento. Afinal,
o que ela fez é imperdoável (na nossa opinião). Não
paramos para pensar o que poderia tê-la levado a tomar essa atitude.
Na verdade, deveríamos analisar melhor os fatos, pois muitas vezes, à
luz de novos fatos, poderemos descobrir que fomos muito apressados em nosso
julgamento, e que o bicho não era tão feio como estava sendo pintado.
Nem sempre reconhecemos nosso erro e, pior, nem sempre procuramos consertar
o dano causado. É meio desagradável o "voltar atrás".
Muita gente desconhece o que seja um pedido de desculpas.
Li um pensamento muito interessante, atribuído aos índios Navajos.
Se alguém por acaso não sabe, Navajos são uma nação
indígena. Habitavam livremente o território da América
do Norte, e que hoje estão confinados em uma pequena Reserva Indígena
nos Estados Unidos... Mas, questões indígenas à parte,
vejam este sábio pensamento:
"SENHOR, NÃO ME DEIXE JULGAR UM HOMEM, SEM QUE EU TENHA ANDANDO
DURANTE DUAS LUAS COM SUAS SANDÁLIAS"- Prece de um índio
Navajo
Quanta sabedoria encerrada em poucas palavras. Que linda lição
para muita gente que se apressa em condenar sem se aprofundar nos fatos, sem
analisar direito a questão.
Com essas palavras, nosso irmão Navajo simplesmente sugere que nos ponhamos
no lugar da pessoa que estamos julgando, e muitas vezes condenando. Assim, colocando-nos
em seu lugar, poderemos julgar melhor, pois poderemos ver qual seria nossa atitude.
Efetivamente, é muito fácil condenar. É muito fácil
apontar-se para alguém, acusando-o disto ou daquilo. Mas observem...
Ao apontar para alguém, condenando, outros três dedos apontam para
seu peito...
Futuramente, antes de condenar alguém, vamos "usar suas sandálias".
Vamos ponderar, e analisar bem qual seria nossa atitude com "suas sandálias"
nos pés.
Nunca se pode esquecer de que, cada caso é um caso, e certas atitudes
aparentemente inexplicáveis, tem sua razão de ser. E que todos
tem direito a ter seu direito e seu espaço respeitado, como queremos
que o nosso também o seja.
Agora, se eventualmente fomos açodados e, mesmo sem calçar suas
sandálias (talvez o número fosse muito pequeno) tivermos criticado,
condenado, e por vezes insultado alguém, e posteriormente descobrirmos
que a coisa não era bem assim, e que esse alguém não merecia
o que dissemos, será muito importante enfiar-se a violinha no saco, e
um pedido de desculpas é indispensável. A humildade não
ocupa lugar nenhum. E se erramos, o mínimo a fazer é isso... Desculpar-se
pela besteira cometida... Não conserta as coisas, mas ameniza os efeitos,
e desarma possíveis reações.
O ideal é procurar sempre viver, mantendo um clima de harmonia com todos
aqueles que estão ao seu redor. Se por acaso uma amizade é inconveniente,
é melhor cortar os laços, do que permitir que um desgaste nas
relações gere inimizades. E mesmo nesse caso, não nos valerá
de nada ficar apontando os defeitos e inconveniências cometidas. Será
interessante tentar uma conversa esclarecedora para dirimir dúvidas.
Depois, então, tomar-se a atitude conveniente.
Nunca esqueçam de que não é conveniente deixar inimigos
atrás de nós.
Vamos procurar viver de forma a não tê-los, mas se surgirem, é
melhor evitá-los, e mesmo ignorá-los, do que provocá-los.
E com essa idéia, e procurando ter mais amigos, desejo a todos, UM LINDO
DIA.