Vivemos hoje em uma sociedade "apolínea". Cheia de padrões,
estéticas, leis e moral.
O conteúdo é secundário, pois se alguém disserta
sobre qualquer assunto, por mais que tenha sentido e coerência, ele pode
ser completamente ridicularizado se a forma com a qual o faz não seja
a forma padrão.
Temos o iminente Professor Emir Sader, doutor em ciências políticas
pela USP, Sempre criticado, não por seus artigos de conteúdo irretocável,
mas por alguns pequenos erros ortográficos e gramaticais que ele comete.
Nossa sociedade ainda não entende que o primordial é o conteúdo
e não a forma. Neste caso específico o importante é a comunicação,
levar a mensagem adiante e que tenha conteúdo e não ficar preso
a regras "parnasianas"
Por outro lado temos "olavetes" (Olavo Bilac e Olavo de carvalho)
que cultuaram e cultuam à forma ao conteúdo. Cultuam estes padrões
estéticos, que no fundo só servem como forma de preconceito. Vejam
o Lula, apesar de contraposições é o presidente, o já
citado Emir Sader, sempre criticado e subvalorizado por cometer deslizes gramaticais,
esses casos entre muitos são prova deste culto absurdo à aparência!
A sociedade seleciona e condiciona até mesmo os jovens que pretendem
se formar.Vejam as redações, elas podem ter conteúdo mas
se não cumprir as regras e padrões da língua, provavelmente
estes alunos terão de passar mais um ano estudando.
Esses padrões sem motivo e inúteis por não contribuírem
em nada, estão presente em tudo. Na forma de se vestir para trabalhar
ou passear, escrever e falar, comportamentos e até mesmo relações
afetivas.
Qual motivo de terno e gravata para trabalhar? Escrever determinada palavra
com dois "esses", "Cedilha" ou "C"? Determinada
pessoa fica mais competente de terno? Ou um texto "parnasiano" é
mais culto, profundo e tem mais conteúdo do que um texto sem forma definida?
O importante é se
comunicar independente de qualquer que seja a forma. De cumprir seu trabalho
independente de sua roupa, e de viver independente do que pensam sobre você.