Na mitologia grega, a figura de Eros, deus do amor é a força
vital, que garante a continuidade da espécie e a coesão íntima
do Cosmos.
Os poetas mudaram a fisionomia de Eros, transformando-o em criança alada
que se diverte perturbando corações e ferindo-os com setas.
O lirismo romântico fala de amor e o erotismo e a sensualidade são
frutos do amor.
O sensualismo é uma tendência da poesia moderna sem a preocupação
de escandalizar conceitos pré-estabelecidos.. A linguagem é mais
direta, simples, concisa e ao mesmo tempo ardente. O mundo que nos circunda
oferece a temática. Poemas mais intimistas, pessoais ou não, estão
voltados para o amor aliado ao sexo e ao desejo.
Os sentidos são instrumentos especiais do nosso corpo para que o espírito
entre em contato com as realidades que nos cercam como a música, o amor,o
prazer, etc.
O erotismo esteve presente nas artes até mesmo na idade média,
período de forte repressão.
Na Literatura Brasileira, o erotismo trafegou através de séculos,
com raras ousadias, partindo de Gregório de Matos. O sensualismo dos
românticos e dos simbolistas preparou o ambiente dos tempos modernos,
mas as dificuldades de expressão permanecem.
Sexo descrito cruamente tende à vulgaridade.Reconhece-se a criatividade
e talento do poeta nos eufemismos e metáforas que cria. A meu ver, poesia
é santuário da linguagem artesanal e existem palavras proibidas
de adentrá-la. Não é o caso de romances, de contos realistas
ou naturalistas, onde as palavras reforçam a crueza do texto.
A poesia sensual deve ser preservada e cultivada, se quisermos nos defender
da árida intransigência da realidade da vida.
Quem não quer amar e ser amado, dar e receber amor?
Afinal, o amor é fundamental para o equilíbrio humano.
Somos e seremos pessoas e, como tais, carentes de carinho, de olhar envolvente,
de sentir-nos queridos e desejados.
Um poema sensual pode ser a ponte entre o sonho e a realidade...ou não?