A palavra crônica vem de Chronos, senhor do tempo, o deus grego devorador
da vida. Não por acaso, é antes de tudo esse gênero o registro
de um aspecto qualquer da existência (social ou individual) como se fosse
uma tentativa de eternizar um momento.
Por isso crônica era um texto histórico, que registrava o passado.
Os reis possuíam um cronista para registrar a história do reino.
A palavra "crônica" é tão ligada ao tempo que
significa doença incurável. Doença crônica é
aquela com que a pessoa precisa conviver com ela.
Na concepção atual, enquanto literatura, "o gênero
permite o exercício da subjetividade (do autor), o prazer e o sabor do
texto próprios à arte da narrativa e da reflexão descompromissada.
A crônica é mais que uma fotografia, quase uma pintura de cores
leves, talvez uma aquarela".
Embora considerada como gênero literário menor ou de pouca importância,
a crônica se tornou para determinada parcela de escritores principal instrumento
de expressão. E para certa camada da população, a única
manifestação literária acessível. Romancistas, poetas,
gente do teatro e do cinema escrevem crônicas.
Rubem Braga está na galeria da literatura brasileira unicamente como
cronista.
Toda crônica é, entre outras coisas, um relato ou comentário
de fatos corriqueiros do dia-a-dia, o restante depende do olhar de cada um...
Ela é publicada primeiramente em jornais, depois cada autor seleciona
as melhores, as mais universais, e montam seus livros com elas. É um
gênero dos tempos modernos, de leitura rápida, que se adapta bem
à Internet.