Perguntaram-me se em publicidade é possível violar as regras para
alcançar um certo efeito. Lógico que é possível.
A primeira geração do Modernismo brasileiro, estilo de época
da literatura, fez isso com maestria.
Combate-se na publicidade, como em qualquer setor, o erro provocado por desconhecimento.
O uso padrão do português é exigente, ele é determinado
pela gramática normativa. E a escrita é norteada por esse uso.
Não se é rigoroso, por exemplo, com o uso coloquial do português,
aquele que falamos diariamente nos relacionamentos pessoais. E a publicidade
usa-o muito em seus anúncios, pois ele é mais espontâneo
e alcança todas as camadas sociais.
Como afirma Antônio Sandmann em seu livro "A Linguagem da Propaganda",
Editora Contexto: "A linguagem da propaganda se distingue, por outro lado,
como a literária, pela criatividade, pela busca de recursos expressivos
que chamem a atenção do leitor, que o façam parar e ler
ou escutar a mensagem que lhe é dirigida, nem que para isso se infrinjam
as normas da linguagem padrão ou se passe por cima das convenções
da gramática normativa tradicional e, em certo sentido, da competência
lingüística abstrata geralmente aceita".
Há uma enorme diferença entre erro e violação consciente
da regra. A primeira é fruto da ignorância, enquanto a segunda,
da rebeldia, da quebra das estruturas.
Exemplo: escrever Brazil (com z, forma inglesa) e Brasil (com s, forma portuguesa).
O verso da música "Querelas do Brasil", de Aldir Blanc e Maurício
Tapajós: "O Brazil não conhece o Brasil" joga com as
duas formas propositalmente.
Se um aluno escrever em sua redação "Brazil" sem nenhuma
razão ou motivação, se constitui em erro.