O significado de uma palavra tem duas partes: denotação e conotação. A primeira traz o sentido universal: "mesa" tem o mesmo sentido em todas as regiões do Brasil, por exemplo. Já a conotação engloba todas as demais informações adicionais veiculadas pela palavra, como a região, faixa etária em que é usada, se
o discurso onde está inserida é formal ou o informal.
Exemplo dado pelo professor Cláudio Moreno: lábio e beiço.
Elas são sinônimas na denotação, mas o segundo carrega
uma forte conotação pejorativa. O significado conotativo é
o significado contextualizado, o que a palavra adquiriu em sua trajetória
espacial e temporal.
Os dicionários raramente indicam também as conotações
das palavras. Se um estrangeiro escrever a sua namorada brasileira que ela tem
os beiços doces, vai cometer uma indelicadeza. No livro Marília
de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga usou beiço, mas naquela
época esse uso era aceito. Cuidado: metáforas e metonímias,
hipérboles, ironias, pleonasmos pertencem à linguagem figurada,
e nada têm a ver com conotação. As pessoas confundem, acham
que conotação e linguagem figurada são sinônimas.