Sim é verdade, minha língua é minha Pátria, mas é
inteiramente proibido alguém de minha pátria falar a língua
da nossa Pátria, darei um beijo como prêmio se houver alguém
que seja capaz de falar corretamente esta língua nossa, Portuguesa; todos
os nomes, e ao que a palavra se refere; digo isto, porque sei que é impossível
alguém conhecer todos os nomes e saber do que estão falando.
Por exemplo, pessoas do Brasil, sabem do que estão a falar sobre lugares,
frutas silvestres, que tu nunca viste ou ouviste falar; poderás tu mundificar
a sua língua? Não!.. Pois essa
língua é Portuguesa
Mesmo que fales bem o teu português, como podes tu corrigir essa pessoa?
se não estiveste no lugar a determinado evento, como podes tu mundificar
o conteúdo da escrita deixando-a com o mesmo significado se não
estiveste presente?
. sim existem palavras que querem dizer a mesma coisa,
mas tão pouco usadas, que requerem dicionário a todos os instantes,
e ainda por cima uma camada de palavras em terramoto que aniquilam o autor rotulando-o
de maniento e estúpido; quando afinal a culpa pertence, ao editor que se
julga absolutamente infalível, quando apenas conhece, e mal, as palavras
de seu cantinho; mas a nossa Pátria tem tantos cantinhos desconhecidos,
e neles residem seus segredos que precisamos de os conservar; aqui precisamos
de nos acomodar, e compreender que não sabemos o que os outros sabem
Se o escritor escreve, e dá um elogio a uma pessoa, ou pessoas que no seu
intender , o designado o merece, por atos
de carinho, de rasgos, ou bravura; que essa pessoa ou pessoas tem personalidade
que merecem ser destacadas, qual o problema do editor, não dar crédito
ao escritor destacado para esse lugar?
Poderá uma pessoa do continente conhecer todos os nomes das coisas Madeirenses?
claro que não, mas se temos todos a verdadeira compreensão que não
compreendemos procuramos fazer o melhor possível para compreender. Discordo
completamente com o modo de atuar de certa gente. Acredito que se as palavras
ou descrição forem ofensiosas, e o autor se excedeu, aí sim,
é mais que justificada a ação do editor, mas lembre-se Sr(a).
editor que não tem direito de olhar alguém para baixo, a não
ser que esse alguém precise de ajuda para o levantar.
Com respeito a nossa língua que uma grande parte de hipócritas chama
língua de Camões e eu estou completamente em desacordo, mesmo sabendo
que sou uma minoria, quero lembrar-lhe que esta Pátria a que pertenço,
que é a língua que minha mãe me ensinou, e tantas vezes a
escreveu na areia como indicação que nem sempre era assim, que o
vento levava a palavra ou a modificava.
Sim é verdade, dou razão a minha mãe, a nossa língua
não pertence a ninguém, ela principiou a evoluir desde o condado
Portucalense; Portugal ainda não tinha nome; desde aí ainda não
parou de evoluir e de se misturar.
A língua é minha pátria, é o amor onde se encontra,
os seios de minha mãe; são as saias rodadas onde eu me escondia
quando não sabia responder, são as lágrimas que ela chorava
por não ter meios a me dar para eu aprender; essas palavras que entraram
no meu eu, no meu ser, no meu íntimo, embora que tu digas na minha alma;
coisa que eu não conheço, mas que eu não vou falar da opção
de cada um.
Cada um, pertence as suas maneiras; o que eu creio que as devemos guardar assim;
doutra maneira não sou eu que escrevo, serás tu, só tu editor.
Claro que o escrever bem, tem muito que se lhe diga, e nesse sentido não
sei, é ai que deixo meu coração falar, e tenho conseguido,
que esses que me lêem através do mundo, me tenham compreendido; porque
esses sons, essa pronúncia, essa maneira mesmo de compor com as mãos,
ou com a cabeça, pertence a duzentos milhões.
Todas estas coisas, pertencem a seus cantinhos, e segredos; a língua Portuguesa
é precipício que ninguém, mesmo ninguém, consegue
lá chegar.
Se escrevo sem pontos e vírgulas no devido sítio, também
José Saramago o grande escritor Português que escreveu um livro considerado
entre os primeiros cem de todos os livros do mundo, e podeis crer que nem uma
dúzia de campos de futebol chegaria para todos os livros, além disso
é um escritor que escreve quase sem pontos e vírgulas, esperando
que o coração de cada um entre na leitura e as saiba colocar, que
saiba dar mimo as perguntas e respostas, ou até verter lágrimas
quando é preciso chorar.
Outra coisa, estou escrevendo um artigo. Esta crônica não vai dirigida
diretamente a ninguém; mas ao mesmo tempo é dirigida a todos os
editores, que editam artigos de voluntários, que escrevem para esta comunidade.
Vivemos numa comunidade de interesses e demonstrações, e chamam-lhe
democracia, mas a verdade é que, quem escreve nestes jornais, tem menos
liberdade de que aquela liberdade que existe no torrão que nos viu nascer.
Pierre Troudou disse: dei um passeio na neve para decidir.
Eu digo, não há nada como o romper da manhã para ver nascer
idéias frescas em cabeça aturdida, com o pensamento da superioridade.
E então, é como digo, é expressamente proibido saber todo
o Português, para não dizer impossível; se um dia encontrar
alguém que tudo saiba, lhe beijarei a mão, até aí
senhor editor, por favor corrija os meus erros, mas deixem-me ser quem sou, eu
não quero mudar de personalidade, até porque todos sabemos que as
críticas vem daqueles que nunca foram capazes de encher uma folha de papel
branca, descrevendo um acaso, ou de deixar fluir seu pensamento, e que este esteja
pleno de poesia onde a verdade exista, o amor e igualdade, onde descreva um pensamento,
que mesmo crítico, vá beneficiar a humanidade.