Estava em uma roda de amigos tomando uma cerveja, quer dizer, umas cervejas,
fumando um cigarro e falando sobre os fatores da existência que mais preocupam
os homens: trabalho, futebol e sexo, este último, na maioria das vezes,
ligado a outro fator muito mais preocupante: as mulheres. Surgiu então
uma questão que rendeu às últimas duas horas de conversa:
Por que tanto problema na hora de tirar o sutiã?
Quem já teve aí pelo menos uma experiência de despir uma
mulher, sem precisar ter chegado aos finalmentes, passou pela etapa de tirar
o sutiã e sabe do que estou falando. E quem já é um ativista
no campo do sexo sabe o porquê de nossa conversa ter rendido.
Por mais que você tenha tirado milhares de sutiãs, como um dos
presentes da mesa insistia em afirmar (1.235 ao todo), sempre parece à
primeira vez. É uma enroscada, um embaraço, um vai mas num sai.
E olha que as coisas facilitaram, os fechos mudaram, não são mais
arames farpados de aço, que eram colocados ali para a desistência
dos menos corajosos. Tem a maravilha que abre pela frente, as graças
divinas de desamarrar e uns que elas só encaixam nos seios. Facilitaram
muito, mas acho que por algum motivo fora do alcance de nossa vã filosofia,
que talvez só Freud, ou nem ele, explica, na hora H é um desastre.
Um amigo jura que já chegou a arrancar como se fosse uma camiseta, outro
a dizer que a achava muito sexy com o dito cujo pra que não tirasse,
e eu, confesso, já cheguei a meter a tesoura. Tudo isso é pra
não ouvir o:
- Deixa que eu tiro!
É uma derrota ouvir isso. Sei lá. É como ser decretado
um incompetente. É broxante. Faço o impossível pra não
ouvir. Se eu resolvi iniciar a remoção do bendito, vou até
o fim, custe o que custar.
Digo: se eu resolvi. Pois muitas vezes, a mulher quer evitar uma possível
situação de embaraço do parceiro, ou evitar que ele acabe
estragando algo que ela pagou tão caro e de que às vezes gosta
tanto. E ela mesma tira, o que nos enche de amor instantâneo! Garanto.
E nos incita às coisas mais loucas como, por exemplo: Casar.