A Garganta da Serpente

Vanderley Caixe

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Deixem de ser besta, gente (parte II)

Imagine a classe média-média fazendo a lição.
Sentado numa poltrona das Casas Bahia e a cerveja na mão.
Toda a sua cultura, seus gostos, principalmente, opinião,
Passando por dentro e pela televisão.
Assistindo estarrecida os debates, as CPMIs da corrupção,
Que decepção!
Não entendeu muito bem aquilo que se passou,
Mas já deu pra ter de tudo uma razão.
Desmoronou seus sentimentos e do seu partido do coração.
Nunca mais!!!
E, ela chora com emoção, com compulsão.
Foi traída por aquele que entregou sua redenção.
E chora.....mais emoção...mais compulsão.

Seus novos ídolos, os dignos da Nação,
Tem nomes, tem até geração, o neto de ACM,
A flor da anticorrupção. Tem mais, seus ídolos
Da moralidade já são muitos, são Virgílios,
(não é o do Dante, mas o pedante...pedófilo.)
São os Maias, são Cobras e Álvaros em profusão.
O Congresso esta salvo dos que pedem perdão.

Todos querem um espaço no fundo do coração,
Da pequena e da média burguesia, pra garantir
A próxima eleição.
É preciso manter a chama, do nada apurado,
Apenas a suspeição.
E os inocentes não sabem disso, mas já tem a sua
Razão....e convicção.
(junte-se a isso os "intelectuais", "cientistas políticos",
Agora só dá isso: "cientistas políticos",
Ganhando força no "telão". A Grobo de televisão.)

Mas não é somente disso que vive o País.
Nas chamas da vaidade, no beco das necessidades,
Tem também o espertalhão. É aquele mais esperto,
Da pena útil e, da garantia do larjan coberto.
Eles vituperam pelas penas do jornal-patrão
Certo.
É o momento da glória, de cada um pegar o seu quinhão.
Quem não tem Valério, tem o espaço, o jornal, a televisão
E as garantias financeiras do patrão.
Jornalistas do Collor, bolsistas do FHC Fundação,
Tudo num saco só, lídimos honestos-altruístas,
Fazem tudo para salvar a Nação.
É a escória rediviva borboleteando pelo corrimão.
"Intelectuais" de expressão do dinheiro e da condição.

Agora vamos recordar do nosso dia a dia padrão,
Dos pequenos roubos que fazemos ao fisco da nossa Nação:
Do "mata-mata" disfarçando e sonegando o Imposto de Renda;
Daquelas notas fiscais que "esquecemos" de emitir nas nossas vendas;
Das nossas empregadas domésticas sem carteira , com baixo salário,
Com horas extras e sem cartão;
Dos pequenos furtos diários das notas de nossas compras, sempre buscando
Nas nossas rendas uma "solução".

Somos ao final a pequena e média burguesia ouvidora da catilinária
Ao que convém ao nosso bolso ladrão.
Temos sempre a resposta pronta, aprendida da televisão,
A nossa cabeça, a nossa vida, a nossa emoção,
Enfim, a nossa única e exclusiva RAZÃO.
Sempre servindo de gerência da outra nação.

Oh! Indignação.
Pedaços espalhados em construção.
Não vão construir nada nessa ablação.
Destroem um projeto, o objeto direto
Da sua própria versão:
Instrumentos dos verdadeiros corruptos,
Hoje, moralistas, falsos moralistas, em profusão.

Não há nada provado, nem a M... do "mensalão".
Tudo que se "produziu" até agora são os ônus da
Especulação e os disparates da ilação.
E, ainda há inocentes pedindo desculpas de uma
Regra que existe desde Rodrigues Alves
Em todo o processo de eleição.

Mas vocês, meus "santos" idiotas,
Instrumentados pelos midianeiros
De fraques e fatiotas,
Perderão o "bonde da história",
Outra vez vão servir a esta escória,
Como na época de Getúlio e Jango,
Marchando em bando,
Relegando um projeto de Nação,
Servir de esterco o imperialismo
E a sua podridão, e, a nova dominação.

Deixe de ser besta, gente,
Acorda dessa enganação.

(18 de agosto de 2005)


(Vanderley Caixe)


voltar última atualização: 03/05/2007
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