A Garganta da Serpente

Sonia Lobo

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C A M I N H O S

Tanto tempo perdido! Quantos sonhos!
Caminhei... caminhei... caminhei...
Só depois que me dei conta. Desencanto.
Nunca alcancei aquilo que sonhei!

As pedras do caminho cortaram os pés.
O frio enregelou o coração.
Você se retirou da minha vida
Tão logo nela entrou. Breve ilusão!

Volátil, a esperança se desfez,
Levando em suas asas o meu sonhar.
Foram tantas as veredas que pisei,
Que depois ficou difícil retornar

A vida tem, às vezes, o sabor
De uma fruta doce que amadurece.
Outras, o azedume, o travor,
A acidez de tudo que apodrece.

Tempos passados...próximos...distantes...
Refazer o caminho? Impossível retrocesso.
Só se anda uma vez pelo destino.
A estrada é única e não tem regresso.

Logo no início da jornada,
Sem ter muito tempo pra pensar,
Precisei escolher a direção,
Que dali teria que tomar.

E foi naquela trilha que escolhi,
Que armei o meu futuro, hoje chegado
E os meus sonhos iam caindo, pela estrada,
Como se quisessem ficar lá no passado.

(Publicada no Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea - 2006)


(Sonia Lobo)


voltar última atualização: 25/08/2006
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