A Garganta da Serpente

Artur Ribeiro

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vozes na estante

Estou alimentando minha alma,
Estou amordaçado embaixo d'água,
Palavra na palavra preso à marra
Estou me preparando para a guerra

Estou me sustentando em corda bamba
Nos altos edifícios da cidade
Carrego a pedra ao topo da montanha
Espero a águia vir preso nas grades...

Sem ser o que seria já quem sabe,
Olhando no espaço as astronaves...
Um deus que me alimente de verdade
Será possível à sombra da maldade?

Sem ser o que seria por que antes
Teria preso as mãos uma corrente...
E as vozes ecoando nas estantes,
Nos livros cultivados como sementes...


(Artur Ribeiro)


voltar última atualização: 08/02/2011
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