A casualidade me fez. E fez também estas imagens que vieram do mar e da vontade dele. O acto simples (à praia apanhar conchinhas!) chamou outros seres que lá vivem ou morrem a nossos pés. Esses que nos quiseram começar querendo ter olhos (pequeninos...). Me explico: Um dia pensei que sou porque as algas que hoje fotografo me quiseram assim, olhador. Porque se quiseram sentir pela luz que lá estava. E criaram pequenas células, diferentes das outras todas que eram, que podiam saber a luz e a escuridão. Depois, milhões de anos depois, quiseram saber onde ela estava (a luz) e procuraram-na. Acredito que começaram a ver. Acredito que começaram a ser nós. Hoje, dou-me a pensar como é curioso o facto de querer produzir imagens desses primeiros seres olhadores, para que sejam alimento dos meus olhos que continuam teimosamente banhados na mesma água salgada. Hoje, dou comigo a pensar como é curioso o facto de continuarmos, depois de tantos milhões de anos, desesperadamente à procura de uma luz.
As fotografias originais, em formato 60x90 cm foram obtidas sem recurso a qualquer câmara fotográfica e são completamente isentas de qualquer edição digital sendo, no entanto, fotografias de suporte digital. O processo de captação recorre à utilização de um vulgar scanner de escritório e a impressão utiliza uma impressora EPSON Stylus Pro 7800 que, utilizando tinta UltraChrome K3 sobre papel Premium Semigloss 250, garante uma durabilidade mínima de 75 anos.
As imagens têm tiragem limitada a 7 exemplares numerados e assinados pelo autor e encontram-se protegidas por moldura de madeira e vidro Museu com protecção Ultravioleta.