A Garganta da Serpente

Zuza Nascimento

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Duna

Não esquecerei do amigo
que caminhou no deserto
e retirou da areia a força
para se fazer mais forte
como o grão a outro junto
quando junto se faz duna.

O que parece pouco se desfaz
em muito quando leva o dia
e põe o pé no chão em passos
paciência feita a desilusão.

Faz-se crer bem mais forte
passa o invencível ser
invenção e bem perecível
como se houvesse em si
e não mais no sol calor
gerando vida e fúria
na natureza de todo ar:

nunca esquecerei do amigo
que se sabia no universo
grão de areia que saiu
do mar para o deserto
e enfrentou as forças da vida
e se fez duna, alta e forte,
construindo de seus olhos
uma paisagem mais bela do mundo.


(Zuza Nascimento)


voltar última atualização: 03/07/2007
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