A Garganta da Serpente

Zuza Nascimento

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Oficialização da vida

Sou poeta quando advogo
a favor das ações
e contra o peso das palavras.

Sou poeta quando crio músculos
e perco minha alma
e ponho minha mão na terra
e meu corpo cria tecnologias
e meu corpo cria raízes.

Estou convencido que o poema
não serve para amantes,
não põe os pratos na mesa
e não me deixo vencer
pelo dogma que endureceu seu magma
perpetrando a idéia da vida -
pois que aqui também se morre
a cada dia, a cada pouco:

não se pode viver para o poema,
que tampouco se vive
se para tudo tivermos explicação,
para tudo houver razão.


(Zuza Nascimento)


voltar última atualização: 03/07/2007
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