Serpe
Andrógina, em ímpetos masculinos sinuosa, pica. Lingam, liga e língua, bote final. Fêmea quando hipnótica, enrosca, beija, sufoca, engole ... digere e dorme, anímica, animal. Súbita, gêmea em si mesma, a serpente não se esgueira em um só sentido, nó de víboras, ninho de cobras. É noite fria, gelada. Leviatã, caótica, engolidora de sóis e luas, cobra cega. Una em Cy, beijo na boca & cheiro de terra molhada, vai da vida para a A camada mais profunda dos abismos se mexe, pressagia, Píton, Pitonisa, maléfica, imagética, goela, véu de veneno verde, ventre. Metamórfica, é divina, deusa e deus. Em caldeu, é vida. El-hayyah, a serpente. El-hayah, se é vida, a que vivifica, artéria libido vertiginosa. Sua natureza é a mesmo tempo movimento e água, intestina e bastão fecundo, arco íris, morada dos deuses. Sócia simbólica da serpente: sombra, matriz e falo, Força da matéria vital, pedra mágica, Magnética, sedutora, irrompe do fundo dos desatinos, Serpentes silvam sob os abalos sísmicos, abismos e eternidades. Alada é volátil, na terra é fixa. Escamas na pele, naja de olhos dourados. Serpente no meio do sonho, colcha de retalhos e significados, adormecida na cama de coral, Sei-a nos meus seios (Zoe de Camaris) |