A Garganta da Serpente

Zé Polinômio

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ATRAVESSANDO O PARNAÍBA

A primeira moça passa e não me diz nada
A outra moça passa na canoa apressada.
O homem esnobe passa.
A terceira canoa passa atrasada
Ela que devia passar não passa
A dor também não passa
A decepção chega e depois passa
O homem com fome passa o Rio
E a fome passa.
Passa o carro no pontão
Deixando em mim a lembrança
Passa o encanto e o desencanto
Restando só esperança.
Passa o velho e novo
No Paranaíba que passa
A primeira canoa passa de novo
Somente ela não passa
Passa o sorriso dos lábios da moça que acha graça
Passa o rico e o pobre
As canoas passam de volta
Passa o palhaço e faz graça
Ela que devia passar não passa
Passa a vontade de comer
E as águas do Parnaíba a correr
Passa o dia e noite
Passando não sei pra que
Somente ela não passa
Não passa não sei porque.


(Zé Polinômio)


voltar última atualização: 10/12/2008
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