A Garganta da Serpente

Zé Luis

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E os mares são os mesmos
Os horizontes iguais aos de ontem
As flores as mesmas
As areias que se debruçam sobre mim

São iguais às de ontem
As pedras da minha rua silenciosas
E gastas pelo tempo são as mesmas
A fé da gente que reza é a mesma

Só a minha alma pendurada em mim
A sinto diferente dos dias que passam
As minhas emoções foram as de ontem
E são ainda as de hoje quando acordo

Embrulhado dentro de mim
Os meus lamentos de solitude
São iguais ás noites que passam
E levam a minha sombra para

O além do além
Todo me parece ser igual aquilo que é O pensamento egoísta das coisas
Que foram

Os sois que passaram são iguais
Aqueles que se refletem na minha
Pele quando escuto o som do vento
Que me parece ser o de ontem

Sou o homem e o ser pensante que
Fui ontem à saída do escritório
Com a mente cheia de virtudes públicas
E o coração abandonado dentro das minhas

Forças os horrores das batidas
Iguais as de ontem quando no silêncio
De mim me escuto suavemente
E tenho medo daquilo que sou

Que nada sou que seja uma simples
Impressão minha
Perdida no vôo das aves
Que se perdem nos horizontes azuis

Dos meus jardins longínquos que
Determinam o meu isolamento
As ondas do mar que batem
Nas minhas existenciais margens

São as mesmas que ontem bateram
Nos passos que com prudência dei ao
Amanhecer de um dia igual ao de ontem.


(Zé Luis)


voltar última atualização: 23/07/2007
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