A Garganta da Serpente

Ygor Moretti Fiorante

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O Poemas das Canáceas

Um tanto cansado de físicas,
a linguagem de marceneiros,
de quem mexe com cimento,
faz o cálculo do amor, a trigonometria das paixões,
e subtrai por testosterona.

O mundo físico e nada mais,
o mundo-tato,
mundo centímetro e centésimo.
O milímetro entre cada palavra,
leitura entre seda.

A fibra que sede a água,
mar acidental sobre livros,
mas não há o acidente,
há o destino da traça,
e a morte na alvenaria.

A composição dos elementos,
e a substância elementar dos móveis,
transpiram um suor de poeira,
no canto da sala a subjetividade do abajur
observa-me, eu lendo...


(Ygor Moretti Fiorante)


voltar última atualização: 13/10/2004
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