O Poemas das Canáceas
Um tanto cansado de físicas,
a linguagem de marceneiros,
de quem mexe com cimento,
faz o cálculo do amor, a trigonometria das paixões,
e subtrai por testosterona.
O mundo físico e nada mais,
o mundo-tato,
mundo centímetro e centésimo.
O milímetro entre cada palavra,
leitura entre seda.
A fibra que sede a água,
mar acidental sobre livros,
mas não há o acidente,
há o destino da traça,
e a morte na alvenaria.
A composição dos elementos,
e a substância elementar dos móveis,
transpiram um suor de poeira,
no canto da sala a subjetividade do abajur
observa-me, eu lendo...
(Ygor Moretti Fiorante)
|