Um Objeto Quando Esquece
Os amigos não se sabiam Barrocos,
nem o mundo se declarava, ou um movimento neo ressurgia,
usavam no entanto de formas explícitas e bem acabadas, incontestáveis,
para devolver a poesia o escárnio.
Não ousava ler um possível hino a irresponsabilidade,
primeira página da agenda,
falsificação de Borges.
Não ignorava, percebia a vida lá fora,
Imprudente, apressada.
Um copo de limonada,
a luz acesa ao meio-dia contrapunha-se a todas as economias,
a seda-seda sustentava o livro encharcado,
possibilitava ainda uma leitura,
mas o ruflar das páginas era composto, junto de capítulos.
Eu então era complacente com os objetos
abdicava de lirismos e metáforas
para anunciar meu suicídio.
Procurava lugares não visitados na casa,
quadros ainda não percebidos.
Eu não percebia...
(Ygor Moretti Fiorante)
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