A Garganta da Serpente

Yara Ferreira

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PRÍNCIPE DOS MOUROS

Jamais pisaste em solo santo,
jamais!
E nem na sombra perpétua de meus ais.
A tua figura
é o contorno secular do meu desejo
E chegas
como se não fosses partir mais
(mas isso não é, no Passado, o que vejo)
Ficarás, como o Vento,
cruzando os ares da vida.
E ela, que era eterna, mente.
E eu, que era da Morte,
sinto-me viva,
finalmente.
E julgo-me tua,
tão somente.
Como, desde sempre,
eu já seria.


(Yara Ferreira)


voltar última atualização: 14/11/2008
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