Durante muito tempo estive dormindo,
sob o jugo e vontade imperatriz do vazio.
Agora trago nos olhos e no rosto a paz da qual não testemunho.
Por fora, frieza impertubável, muralha às emoções.
Por dentro, turbilhão oco, o nada ácido corroendo a psiquê.
Só que, agora, por obra e efeito do destino, o nada se expande
pelos meus poros. Ameaça destruir-me a máscara.
Sinto-me despertar.
(Yara Ferreira)
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