A Garganta da Serpente

Willian Delarte

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Incontinência Poética

Não escreverei um poema.

Nem que de joelhos implorem
façam manha
birra
tremeliques

que injetem minúsculos robôs no meu cérebro
percorrendo meu sangue frio
à procura de uma rara rima
chave de ouro
versos brancos
livres
sincopados

Pode padre matar
puta gozar
Deus cair de pára-quedas
  r
    o
d
 o  p
       i
     a
  n
   d
      o
como água no ralo
na ponta do calo
uma agulha espetar-espetar-espetar

Impossível criar:
a Musa de quatro / tarja preta na boca / arame oculto
bordado nos lábios...

Só imagem e cena:
anverso do Mundo

(jamais um poema!)


(Willian Delarte)


voltar última atualização: 08/02/2011
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