Yaware'te
Meu reino por um cavalo baio
que cavalgue em pelo pela estrada,
que me conduza presto-veloz
até a porta aberta da sua casa.
Levo uma leve rosa de vidro
cor branca-amarela-azul-lilás;
na algibeira, o poema melhor
que já escrevi para minha amada.
Saudade, Iauaretê feroz!
Minha musa, minha mulher,
vou chegar antes da primavera.
Sou rio que corre para a foz
e morre nos seus braços de mar.
Ai, Deus, não agüento mais a espera!
Quanto mais o meu ginete corre,
mais o tempo se faz de algoz!
Ah, esperança aflita a galopar!
Saudade, Iauaretê feroz!
(William Silva)
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