A Garganta da Serpente

Virgínia Cellestte

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Quaisquer

Deveras o chão
é mais firme agora; a manhã,
mais fria e o sonho,
mais me apavora.

O papel está rebelde e a caneta,
com revolta.
A poesia é a chave e a chaga, a volta
sem volta,
o desastre, o desarme.

Guerra insana em mim. A mim,
parece-me que sou atenta
detenta
por um crime qualquer.

Sem quaisquer juiz e culpa
vou-me repetindo a desculpa
que já não sei me ser.


(Virgínia Cellestte)


voltar última atualização: 09/12/2005
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