Sonhos
Sonhos,
sonhos destinos são,
meninos
despidos
do passado que se esquece,
do futuro, uma ilusão
adoece
em cada peito honesto,
em cada gesto,
em cada mão
Teu ontem morreu afogado
no copo, no amargo da saliva,
na tua certeza de aprendiz,
o último suspiro antes daquele beijo
Mas sobrou a roupa rasgada,
a folha rasgada,
o coração rasgado pelos dias
e pelas facas
Mente, disfarça,
finge ser pedra
porque as pedras não matam
Os homens matam,
as pedras não matam
As pedras, pedras são
Os homens não são
pedras,
são vivos - coração
E matam
de morte verdadeira,
de morte matada,
de amor,
de indiferença
e solidão.
(Vinícius dos Santos)
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