A Garganta da Serpente

Vinícius dos Santos

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A solidão desse rosto

I


A solidão desse rosto,
estampada no selo dos teus olhos,
devora toda a luz do dia que se finda
e aguarda a noite muda para sua consagração

Encerras medo e euforia
nos movimentos desconexos conduzidos por teus membros
                                            frágeis
                                            morenos
                                            delgados

Perdeste o tino:
ganharás um sopro de brisa que virá repousar
em teus lábios
                                  semi-abertos.


II


Segue,
que teu passado
       teu presente
       teu futuro
convergem singulares no leito aberto desse rio
conjugado em sonhos pueris

Desce,
junto à correnteza que te aguarda
                       pela manhã
e pega carona no barco desgovernado
que te orientará o
                            peito ferido.


(Vinícius dos Santos)


voltar última atualização: 10/03/2010
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