| IDe repente, um punhado de frutas secaspreencheu o vazio dos meus
 olhos como areia e mel
 E o som dos seus cabelos
 dedilhou os pêlos do meu corpo adormecido
 Nenhum sinal,nem o vento,
 só o cheiro de sal e fumaça
 e o cansaço se abateu sobre mim
 A lua quer vencer a sombratímida que motiva meus braços
 E a leveza que nasce em seus ombros
 penetra o território escondido do meu sangue de cobre
 Não há arcosou noites de estrelas pacíficas
 E meus olhos doem de
 cerveja e calor numa fragrância
 que se prolonga até setembro
 Resta a poeira de passos obscenosResta a imensidão
 do silêncio desenhado à distância
 por suas mãos de silhuetas azuis
 Resta um pouco da madeira de
 nossos corpos colados ao muro
 e cercados de roseiras e crianças dormindo.
 
 (Vinícius dos Santos) |