NASCE POEMA
Nasce poema, soluça o peito e bate
O coração há tanto tempo mudo.
Mas o poema engole o som e fica
No canto escuro, quieto e sisudo.
Nasce poema, numa contração do corpo
Explode em luz a iluminar a esfera.
Mas o poema faz ouvidos moucos
E num canto do corpo, cabisbaixo, espera.
A um poema quieto e silencioso,
Espera o quê ? Pergunto eu, ansioso;
Dê uma explicação, se a tiver.
E ele explica: Poesia é liberdade
Ela não nasce assim, só por vontade
Ela só nasce onde e quando quer.
(Vilson Melo Corrêa)
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