BOLHAS DE SABÃO
Ah, as bolhas de sabão
com seus coloridos especiais!
Sempre me imaginei dentro delas, quando criança.
Mas bolhas de sabão são tão frágeis!
Por que sempre é tão frágil o belo?
O cálice de cristal, a borboleta azul... a bolha de sabão?
O sorriso de uma criança, o olhar verde desta mulher?
Tudo tão frágil, tão delicado...
Ah, as bolhas de sabão
com seus coloridos especiais!
Quisera a proteção desta bolha de sabão
agora que a poesia já não me protege mais.
Desnudou meu verbo, dissecou meu verso...
onde me esconder agora?
Poetas... poetas...
de peitos tão parcos
e pulmões tão cheios de vida!
Ah, e se dignasse a vir colher as flores
esta que me devassa
descobriria que poemas também se plantam sobre corpos
e que poetas também são homens.
(Blumenau, julho de 2004)
(Viegas Fernandes da Costa)
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