A Garganta da Serpente

Victor Faria

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Ao Mestre

é de uma genialidade obsoleta,
e investe nessa crise
como um jovem à orgias.

é incrivelmente sensato
e usa de suas maiores forças espirituais
para estabelecer o contrário.

Se tranca em seus pensamentos sujos
e ferozmente se esconde em sua própria vergonha natural.

Ninguém entende seus olhos
que jogam mentiras absurdas
e verdades magníficas
em rodeios de diálogos uniformes.

As conversas com o mundo
sempre o advertem,
chegam a durar semanas
e se estendem no óbvio de um céu azul e eterno.

O fim da fome mundial.

Não trata de sexo
política
religião

Um pródigo do analfabetismo;
não interrompe esses assuntos
e sim, refugia-se em uma graça
ou imitações ridicularizadas.
Não se corrompe na sujeira cultural.

Possui um trauma nunca desvendado
por colegas, noites e botecos,
por vezes esquece suas raízes
e se transforma em vulgos caracteres.

Cria pseudônimos

e se estabelece por semanas em efêmeros, libertinos e criadores.

Mas
retorna ao amargo trejeito infantil
Que corrói,
e. é só.


(Victor Faria)


voltar última atualização: 01/04/2007
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