Evanescente
A dor e esta miséria indefinida
eu sinto que desfazem-me nesta hora,
e vejo que a fugir de mim, só, chora
meu ego em transitória sobrevida...
Escravo deste cosmos diabólico,
danado a padecer, evanescente,
no Inferno pessoal, charco fervente,
em todo tempo, em tudo, melancólico.
Em vômitos e espasmos versejando
cansado de me ser, abominando,
na esfera apaixonada do furor.
Eu sou este monturo de pus, nada,
um ser de nulidade exacerbada,
escravo desta vida de vapor.
(09.03.05)
(Victor Eremitus)
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