A Garganta da Serpente

Vicente Siqueira

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TRIÂNGULO

O não saber o que fazer/agir/pensar.
Sentado, imóvel, estátua.
Chegada em chegança repentina.
Segundos seguindo-se.
Tempo parado no instante familiar da lembrança.
Visões. Constrangidos. Todos.
Mãos dadas. Namorado/namorada.
Pregado à cadeira sem forças para levantar.
Espera de reações que não vêm,
Por dentro, reações que se vêem na pele, nos nervos
No tímido esboçar do sorriso.
O amigo poeta
A amiga poeta.
Ajuda/socorro/levantar/abraço.
Corações em desalinho
Bocas secas
Lábios em risco de se denunciarem.
Beijos no rosto, em cada face de carinho
Com cheiros exatos de todos os cabelos
De todas as peles
Pelas
Narinas oprimidas a pesquisar odores
Pelas
Pernas bambas de sentir a emoção dos
Reencontros em três
Em trio
Em triângulo
Nem tão triângulo assim.

(1983)


(Vicente Siqueira)


voltar última atualização: 03/03/2005
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