A Garganta da Serpente

VestidadeÁgua

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Eu, bailarina

Delicada, em sapatilhas desgastadas,
rodopiei num palco escuro
e sem aplausos
A cada passo, mais me invadia a música,
Leme, no meu imenso barco.

E fui acendendo pouco a pouco
as luzes brancas.
Preenchendo espaços
tão vazios de abraços.
Resgatando, entre acordes suaves,
o meu intenso mundo desfolhado.

E em sonata fui criando corpo,
levitando braços, rasgando espaços
Possuía um céu, cúmplice e estrelado
Derramei-o então, no palco solitário.
E entoei o canto do abraço
ao dançar a Lua, dentro dos seus braços.


(VestidadeÁgua)


voltar última atualização: 26/05/2007
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