A Garganta da Serpente

Velimir Khlébnikov

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Neste dia de ursos cerúleos
a correr sobre cílios tranqüilos
transvejo para além da água azul
o acordar na taça das pupilas.

Na colher de prata de olhos latos
vejo a procelária em mar sonoro
e ao largo vai a Rússia dos pássaros
transvoando entrecílios ignotos.

Marventoso em celamor soçobra
a vela de alguém na azul esfera,
e eis que o desespero tudo engolfa
trovão e porvir de primavera.

(tradução: Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman)


(Velimir Khlébnikov)


voltar última atualização: 25/07/2005
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